Pouca gente imagina, mas o Acre é um estado linguisticamente diverso. Por aqui, o português divide espaço com uma rica variedade de idiomas nativos que seguem vivos nas aldeias e comunidades espalhadas pelas densas florestas acreanas.
De acordo com dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de línguas indígenas declaradas pelos próprios falantes chega a 41 no Acre. Apesar da variedade, esse número é oitavo menor do país, que tem quase 300 idiomas tradicionais.
Entre os povos que mantêm sua língua ativa no estado, os Huni Kui, conhecidos popularmente como Kaxinawá, se destacam como o grupo mais numeroso, o que faz de seu idioma, hãtxa kuĩ, o segundo mais falado no Acre, atrás apenas do português.
Além deles, convivem no território acreano idiomas como Nukini, Katukina, Manchineri, Shawadawa, Yawanawá, Ashaninka, Kulina, entre outros, com cada um representando séculos de história, tradição e resistência cultural.
Quando o assunto é jovens indígenas que falam a língua nativa, o Acre desponta na primeira colocação no ranking nacional, com 55,18% da população tradicional de 2 a 19 anos falando ou utilizando algum idioma ancestral no domicílio. Em todo o Brasil, apenas sete estados superam a marca de 50% nessa faixa etária.
A idade mediana dos falantes indígenas no Acre é de 17 anos. Isso significa que a maioria dos falantes é jovem, o que reforça o papel das novas gerações na preservação e revitalização da língua.






