O diretor do Instituto Médico Legal (IML) no Acre, Ítalo Maia Vieira, afirmou, nesta segunda-feira, 27, não descartar a possibilidade de síndrome de Lázaro no caso do bebê que voltou a apresentar sinais vitais minutos antes do enterro em Rio Branco.
O recém-nascido, prematuro de cinco meses, foi declarado morto pela equipe da Maternidade Bárbara Heliodora na noite de sexta-feira, 24, cerca de 13 horas antes de “voltar à vida” no cemitério Morada da Paz, no sábado, 25.
“A síndrome de Lázaro tem algumas particularidades que se enquadram, sim, nesse relato, mas ainda é muito cedo para a gente poder afirmar alguma coisa com exatidão, porque precisamos fazer as análises do caso como um todo”, declarou o médico legista, em coletiva de imprensa na Polícia Civil.
O fenômeno médico é extremamente raro. Nele, a pessoa volta a apresentar sinais vitais – como batimentos cardíacos e respiração – após ter sido declarada clinicamente morta. O nome faz referência à figura bíblica de Lázaro, ressuscitado por Jesus Cristo. Apesar disso, o caso é considerado puramente fisiológico, sem qualquer relação com eventos sobrenaturais.
A literatura médica diz que a taxa de sobrevivência após o fenômeno é baixa e, na maioria das vezes, o retorno à vida é temporário. Foi o que aconteceu com o pequeno José Pedro, que acabou falecendo no dia seguinte ao episódio.
O diretor do IML reforça que as chances do bebê ter sobrevivido eram baixíssimas, por ele ser “prematuro extremo do extremo”. Pedro veio ao mundo pesando cerca de meio quilo. Após ser dado como morto, ele foi colocado em um saco e encaminhado para os procedimentos legais de necrotério, mas não teve os órgãos retirados, o que possibilitou sua sobrevivência momentânea.
A família é de Pauini, no interior do Amazonas, e chegou a Rio Branco na quinta, 23, devido a proximidade da capital acreana à cidade de origem da mãe Sabrina Souza da Costa e do pai Marcos dos Santos Fernandes, que acionaram a Polícia Civil para investigar possível negligência médica no caso.






