Um caso que abalou Cruzeiro do Sul em julho deste ano teve um desfecho importante nesta quarta-feira, 1º: a Polícia Civil do Acre concluiu o inquérito sobre a morte da bióloga Jéssica Souza, de 33 anos, atingida no pescoço por uma linha com cerol enquanto pilotava uma motocicleta, e indiciou o responsável por homicídio doloso — quando o autor assume o risco de provocar a morte. A investigação agora segue para o Ministério Público e o Poder Judiciário, que vão definir os próximos passos.
Segundo o delegado Heverton Carvalho, responsável pela apuração, os depoimentos, laudos periciais e provas coletadas permitiram comprovar a conduta criminosa.
“Trata-se de um caso extremamente trágico, que ceifou a vida de uma jovem profissional em pleno exercício de sua rotina. O uso de linhas com cerol é uma prática ilegal e perigosa, que já foi responsável por diversos acidentes no país. Nosso trabalho buscou apurar todos os fatos com celeridade para que o autor responda perante a Justiça”, afirmou.
A morte da bióloga ocorreu no final da tarde do dia 19 de julho, na Rua do Purus, próximo à Escola Dom Henrique Ruth. Jéssica conduzia sua motocicleta em direção a um supermercado quando foi surpreendida pela linha cortante, que atingiu a região cervical. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas, mas a gravidade do ferimento — uma laceração de cerca de 15 centímetros no pescoço — não permitiu chances de sobrevivência.
O episódio causou forte comoção na cidade. A tragédia também reacendeu o debate sobre os riscos do cerol — mistura de cola com vidro moído — que, apesar de proibido por lei, ainda é utilizado na prática de empinar pipas.