O deputado estadual Adailton Cruz aguarda apenas o início da janela partidária, previsto para março de 2026, para deixar o PSB, onde, segundo ele, não é mais bem-vindo.
“É uma decisão tomada. O PSB não me quer lá e eu não vou ficar onde não me querem. Então, sairei”, disse, com exclusividade, À GAZETA.
Eleito com bandeira trabalhista e por um partido de esquerda, o parlamentar tem, no radar, pelo menos três legendas — todas de direita: União Brasil, Podemos e Progressistas.
O último não só abriga como também é presidido pelo governador Gladson Camelí, contra quem o grupo representado pelo deputado, os trabalhadores da saúde, responsáveis por sua eleição, trava uma queda de braços que pode resultar em greve generalizada ainda este ano.
As várias categorias ligadas à àrea cobram do governo a implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), com Adailton fazendo o meio de campo entre as duas partes. Além disse, querem aumento nos auxílios saúde e alimentação.
Questionado se a possível filiação ao partido do governador não resultaria em conflito de interesses, o parlamentar, que é pré-candidato à reeleição em 2026, respondeu:
“Acredito que não irá prejudicar. Precisamos ver o cenário onde temos condições de ganhar. Ganhando, os trabalhadores sabem do nosso compromisso com eles, independente de onde a gente esteja”.
E vai além: “Se o partido do governo conseguir ser reeleito e a gente fazendo parte disso, nós vamos ter muito mais influência no processo de gestão e vamos ter como ajudar muito mais os nossos trabalhadores”.
Adailton revelou ainda que recebeu convite do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília. A proposta foi negada.
“Não tenho vontade de ser candidato a federal. Falo de coração mesmo. Nosso compromisso é com os trabalhadores da saúde do Acre e com geração de emprego e renda. A gente tem muito a fazer ainda e é por isso que sou pré-candidato à reeleição estadual”.