O deputado estadual Emerson Jarude (Novo) criticou, durante a sessão desta terça-feira, 28, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o governo do estado pela tentativa de criação de um novo cargo de secretário-adjonto na Secretaria de Turismo e Empreendedorismo, com salário superior a R$ 30 mil.
O parlamentar classificou a medida como “vergonhosa” e acusou o poder Executivo de priorizar interesses próprios em detrimento das demandas dos servidores públicos.
“Este projeto que acabou de chegar aqui na Assembleia, e como todos os outros que beneficiam o governo e não a população, vem a toque de caixa. É a maior demonstração de que quem quer faz acontecer”, afirmou Jarude, ao criticar a rapidez com que a proposta foi enviada ao Legislativo.
Segundo o deputado, o governo frequentemente alega falta de recursos quando o tema é reajuste salarial ou convocação de concursados, mas encontra meios para criar novos cargos. “Essa é a resposta do governo do Estado do Acre para os servidores públicos, que muitas vezes dão a sua própria vida pelo nosso Estado, mas não têm de volta o devido reconhecimento”, declarou.
Em tom de indignação, o parlamentar também relacionou o tema à falta de prioridade diante de crises reais enfrentadas pela população. “Enquanto um recém-nascido quase é enterrado vivo, a resposta do Palácio é criar cargo comissionado”, lamentou, ao se referir ao caso do bebê dado como morto e que chorou no caixão instantes antes de ser enterrado.
Ele relembrou ainda episódios recentes, como o caso do bebê queimado após o parto e a morte da jovem Kailine, de 17 anos, que teve o fornecimento de medicamento rejeitado pelo Estado.
“Infelizmente, não conseguimos salvar essa vida. Perdemos a batalha. Mas eu, sinceramente, estou cansado de perder essas batalhas, assim como todos os servidores públicos que estão aqui presentes”, desabafou Jarude, diante de dezenas de trabalhadores que protestavam por melhores salários e auxílios.








