Cortejado simultaneamente pelos pré-candidatos ao governo do Acre Mailza Assis (Progressistas) e Alan Rick (Republicanos), o MDB pode se tornar o fiel da balança na disputa majoritária em 2026.
A sigla, comandada pelo ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Vagner Sales, foi oficialmente convidada a integrar a aliança em torno da pré-candidatura da atual vice-governadora em reunião na quarta-feira, 8, em Rio Branco.
Após o encontro, o dirigente afirmou que a sigla formará uma comissão para analisar a proposta de apoio a Mailza. “O MDB está aberto ao diálogo e valoriza gestos como este”, disse o “Leão do Juruá”.

No mês passado, antes de anunciar filiação ao Republicanos, Alan fez movimento semelhante, visitando a sede do partido para convidar o MDB a integrar sua coligação, com uma possível oferta de vice na chapa.
Os afagos não param por aí. Nesta semana, o governador Gladson Cameli, que defende o nome de Mailza para a sucessão, endossou o convite feito a Vagner Sales e admitiu a possibilidade de o MDB indicar o vice.
Nos bastidores, a ex-deputada federal Jéssica Sales desponta como a mais cotada para a vaga. Ou seja, uma chapa 100% feminina, formada por Mailza e Jéssica, é tida como cenário viável para os governistas.
“Por que não? Tudo pode acontecer. É um nome muito forte”, comentou o governador, sobre a dobradinha.

Presença decisiva
Os gestos de Mailza, Gladson e Alan mostram que a garantia da presença do MDB em seus palanques pode estar sendo encarada como decisiva nesta fase da pré-campanha para as eleições gerais do ano que vem.
Embora só tenha conquistado uma prefeitura entre as oito disputadas como cabeça de chapa no Acre em 2024, o partido do ex-governador Flaviano Melo ficou em segundo lugar no pleito para prefeito na capital.
O então candidato Marcus Alexandre obteve quase 70 mil apoios nas urnas, o que representa um em cada três votos computados, fazendo do partido uma importante força política na capital. Já em Cruzeiro do Sul, segundo maior colégio eleitoral do Acre, o MDB perdeu a eleição para prefeito por menos de 200 votos.
Há quem defenda, no partido, que todo esse capital político deva ser investido em candidatura própria. Os populares vereadores emedebistas de Rio Branco, Eber Machado, Neném Almeida e Fábio Araújo, que têm se destacado pela oposição dura ao prefeito Tião Bocalom (PL), seriam os entusiastas dessa ideia.

O primeiro deles se colocou à disposição da agremiação para a empreitada, sob o argumento de que o partido vive bom momento político e poderia retomar o protagonismo que teve em décadas passadas.
No entanto, a falta de uma variedade de nomes dispostos a encarar a disputa majoritária seria um obstáculo. Marcus Alexandre, ex-prefeito de Rio Branco e presidente municipal da sigla, já anunciou que pretende concorrer a deputado estadual ou federal, enquanto Jéssica Sales demonstra preferência por uma vaga no Senado, caso o partido não faça composição com os dois candidatos que lideram as pesquisas e cortejam a ex-parlamentar.
Com três caminhos possíveis – aliança com Mailza, composição com Alan Rick ou candidatura solo -, o MDB passa a ocupar posição central nas articulações políticas do Acre, com um desfecho que deve definir o equilíbrio de forças que marcará a eleição estadual de 2026.