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Mounjaro muda sinais cerebrais ligados ao prazer e ao impulso de comer, mostra estudo inédito em humanos

Pesquisa da Universidade da Pensilvânia mapeou, pela primeira vez, como a tirzepatida altera a atividade elétrica no cérebro e reduz o ‘barulho alimentar’ em pessoas com obesidade grave. Achado pode ajudar a entender como as drogas da moda atuam além do metabolismo.

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
17/11/2025 - 14:12
mounjaro, tirzepatida — Foto: AdobeStock

mounjaro, tirzepatida — Foto: AdobeStock

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Um estudo publicado nesta segunda-feira (17) na revista Nature Medicine revelou que a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, modifica sinais elétricos no cérebro associados ao prazer e ao impulso de comer.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia registraram, pela primeira vez em humanos, como o remédio altera a atividade de uma região chamada núcleo accumbens, um pequeno centro cerebral profundamente ligado à recompensa, à motivação e ao vício.

“Foi uma oportunidade rara e inesperada”, conta ao g1 a pesquisadora Wonkyung “Woni” Choi, doutoranda no Halpern Lab e autora principal do trabalho.

“Uma das participantes do nosso estudo aumentou a dose de tirzepatida para tratar a diabetes, e relatou que o ‘barulho alimentar’ havia desaparecido. Decidimos observar o que acontecia em seu cérebro em tempo real.”

O termo, popularizado entre pacientes que usam medicamentos da classe dos agonistas de GLP-1, descreve aquele ruído mental constante ligado à comida –pensamentos repetitivos sobre o que comer, vontade de beliscar, lembranças de sabores e dificuldade de desligar o cérebro da ideia de comer.

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“É como se o cérebro estivesse sempre sintonizado em uma estação que fala de comida”, explica Choi. “Quando o barulho desaparece, a pessoa consegue pensar em outras coisas, sem aquele impulso incessante.”

O que os cientistas fizeram

Três pacientes com obesidade severa e episódios de comer compulsivo participaram da pesquisa. Todos tinham eletrodos implantados no núcleo accumbens, conectados a um neuroestimulador –um pequeno dispositivo semelhante a um marca-passo cerebral, usado em testes clínicos para tratar comportamentos desregulados.

Esses eletrodos permitiram registrar as oscilações elétricas que surgem quando o desejo por comida aumenta. Nos dois primeiros participantes, os pesquisadores aplicaram estímulos elétricos para tentar “reprogramar” o circuito e reduzir o impulso de comer.

No terceiro, o caso inédito: ela já estava em uso de tirzepatida, e o remédio por si só alterou o padrão de atividade elétrica no cérebro.

“Durante as semanas em que a paciente relatava menos fissura por comida, vimos uma redução clara nas ondas de baixa frequência do núcleo accumbens”, explica Choi. “Quando essas ondas reapareceram, meses depois, os desejos voltaram também. Isso sugere que o cérebro pode se adaptar ao efeito da droga.”

Como o cérebro decide que é hora de comer

A vontade de comer não nasce no estômago; começa no cérebro. O comportamento alimentar depende de duas grandes redes:

  1. O sistema homeostático é o “centro de controle automático” do corpo. Ele fica principalmente no hipotálamo e no tronco cerebral e funciona como um termostato biológico: regula a fome e a saciedade de acordo com as necessidades reais de energia. Quando o corpo precisa repor combustível, esse sistema dispara sinais de fome; quando a reserva está suficiente, ele envia sinais para parar de comer. É o mecanismo que mantém o organismo em equilíbrio –a chamada homeostase.
  2. Mas o cérebro também tem um segundo circuito, o sistema hedônico, responsável pelo prazer de comer. Ele envolve áreas como o núcleo accumbens, o córtex pré-frontal e o sistema dopaminérgico, e é ativado por estímulos que vão além da necessidade física: o cheiro de um prato, a lembrança de um sabor, o alívio do estresse. É esse sistema que transforma a comida em recompensa e que pode continuar ativo mesmo quando o corpo já está satisfeito.

Essas duas engrenagens funcionam em paralelo e se influenciam mutuamente. Mesmo quando o corpo não precisa de energia, o cérebro pode “pedir” comida por prazer.

Nos episódios de compulsão alimentar, esse equilíbrio se rompe. O núcleo accumbens emite sinais elétricos de baixa frequência (chamados delta-theta, até 7 hertz), que indicam uma ativação exagerada do circuito de recompensa –como um alarme de prazer que não desliga.

Segundo o novo estudo, a tirzepatida abafa temporariamente esse ruído, reduzindo a intensidade dessas ondas. É como se o medicamento, além de agir no estômago e no pâncreas, silenciasse o centro de recompensa que grita por comida.

“Essas oscilações de baixa frequência parecem ser um marcador do estado de desejo intenso”, explica o neurocirurgião Casey Halpern, autor sênior do artigo. “Quando elas diminuem, o controle sobre o impulso melhora; quando reaparecem, o comportamento desregulado volta.”

Mais do que metabolismo
Embora apenas a tirzepatida tenha sido estudada, os autores afirmam que outros agonistas do receptor de GLP-1 –como a semaglutida (Ozempic, Wegovy)– também não atuam apenas no metabolismo, mas também no cérebro.

Essa hipótese já era sugerida por estudos em animais, mas agora foi documentada em humanos, com gravações diretas da atividade cerebral.

“Vemos que o efeito dessas drogas é mais profundo do que pensávamos”, diz Choi. “Elas parecem reprogramar a forma como o cérebro responde à comida, especialmente nas áreas ligadas ao prazer e à recompensa.”
O núcleo accumbens, acrescenta a pesquisadora, é o mesmo circuito ativado por drogas de abuso. Por isso, entender seu papel pode ajudar a tratar não só a compulsão alimentar, mas também outros comportamentos impulsivos.

“Há estudos iniciais mostrando que esses medicamentos reduzem o consumo de álcool e opióides”, relembra. “Mas é cedo para aplicar isso a outras condições, porque o impacto cerebral ainda não está completamente mapeado.”

Efeitos podem não durar
Apesar dos efeitos promisores, os pesquisadores observaram que, após alguns meses, os sinais elétricos e as fissuras voltaram a aparecer, mesmo com o uso contínuo da tirzepatida.

Essa reversão sugere um fenômeno de adaptação do cérebro ao remédio, semelhante ao que ocorre com outros sistemas de recompensa, quando o estímulo perde força com o tempo.

“A supressão do ‘barulho alimentar’ pode ser temporária”, explica Choi. “O cérebro tende a buscar novos caminhos para manter a sensação de prazer. Por isso, entender esses mecanismos é crucial para desenvolver terapias mais duradouras.”
O que vem a seguir
A equipe agora planeja investigar se o mesmo padrão de ondas aparece em outros distúrbios compulsivos e se diferentes doses ou combinações de drogas poderiam manter o efeito por mais tempo.

Enquanto isso, o estudo reforça uma ideia que a ciência começa a consolidar: comer é tão cerebral quanto metabólico.

O que antes era visto apenas como falta de força de vontade pode, na verdade, ser resultado de circuitos elétricos que controlam prazer, impulso e saciedade –e que as novas drogas parecem, pela primeira vez, conseguir modular.

Por: G1

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