Os microplásticos — fragmentos minúsculos derivados da degradação de materiais plásticos — tornaram-se onipresentes no planeta. Estão na água, no ar, nos alimentos e, agora, sabe-se, também dentro do corpo humano.
Estudos recentes mostram que essas partículas conseguem atravessar barreiras biológicas e se alojar em tecidos sensíveis, incluindo órgãos reprodutivos. O que antes parecia um problema ambiental distante começa a se revelar como uma ameaça direta à fertilidade de homens e mulheres.
Pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, detectaram microplásticos em amostras de sêmen humano e observaram que sua presença estava associada à menor motilidade e qualidade dos espermatozoides. Em outro estudo, conduzido na Universidade de Viena, cientistas identificaram partículas plásticas em placentas humanas, sugerindo que essas substâncias poderiam atravessar a barreira placentária e alcançar o feto ainda em formação.
Essas descobertas reforçam a hipótese de que a exposição contínua a poluentes ambientais pode interferir no equilíbrio hormonal, na qualidade dos gametas e até no desenvolvimento embrionário.
Do ambiente ao corpo humano: como ocorre a contaminação
Os microplásticos são liberados por produtos de uso cotidiano — garrafas, embalagens, roupas sintéticas, cosméticos e até pneus de automóveis. As partículas, com menos de 5 milímetros de diâmetro, dispersam-se no ar, na água e no solo, entrando na cadeia alimentar. Estudos indicam que uma pessoa pode ingerir até 5 gramas de microplásticos por semana — o equivalente a um cartão de crédito —, segundo a Universidade de Newcastle, na Austrália.
Por: CNN Brasil







