O médico Humberto Fuertes Estrada, de nacionalidade boliviana, deixou o estado do Amazonas após a morte de um bebê durante um parto em Eirunepé. Ele é acusado de ter atuado sob efeito de álcool e passou a ser investigado pela Polícia Civil, que pediu a prisão preventiva do profissional. Segundo documentos do próprio inquérito, o médico seguiu para o Acre logo após prestar depoimento, alimentando suspeitas de fuga para a Bolívia. O caso ocorreu na madrugada do dia 21 de novembro.
Uma adolescente de 17 anos foi levada ao Hospital Municipal Vinícius Conrado em trabalho de parto e necessitava de cirurgia urgente. Porém, o médico não estava no hospital. Imagens de câmeras de segurança de um bar mostram Fuertes consumindo bebidas alcoólicas horas antes do plantão, saindo do local por volta das 2h da madrugada. Ele só apareceu na unidade hospitalar por volta das 9h da manhã. O bebê não resistiu às complicações do parto.
O pai da criança relatou que o médico chegou com sinais de embriaguez, cheiro forte de cerveja e comportamento alterado durante o atendimento. Enfermeiros que estavam no local também perceberam o odor de álcool, segundo depoimentos incluídos no processo.
Após deixar Eirunepé no dia seguinte, o médico passou por Envira e seguiu para o Acre. A Polícia Civil do Amazonas informou que há indícios de que ele pode ter cruzado a fronteira rumo à Bolívia, já que possui dupla nacionalidade. Com isso, foi solicitado apoio da Polícia Federal e da Interpol para tentar localizá-lo.
No despacho que decretou a prisão preventiva, a Justiça apontou risco à aplicação da lei penal e destacou que medidas menos severas seriam insuficientes diante da suspeita de fuga. O Conselho Regional de Medicina do Amazonas informou que enviou o caso para análise da Corregedoria da entidade.






