Uma comitiva do Acre esteve ao longo da última semana em agendas em Moscou, na Rússia, após convite da Câmara Brasil–Rússia de Comércio, Indústria e Turismo. Ao longo dos cinco dias, o grupo apresentou a Rota Quadrante Rondon, ligação do Brasil ao Pacífico pelo Acre, além de dados sobre a economia local e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) a autoridades e representantes de setores empresariais russos.
A missão ocorreu no momento em que o país discute projetos de conexão terrestre com o Pacífico e acompanha a recente inauguração do porto de Chancay, no Peru, que tem ligação direta com Xangai. A nova estrutura reduz em até 17 dias o envio de cargas brasileiras para o mercado asiático, criando um fluxo logístico mais curto em relação às rotas marítimas hoje utilizadas.
Com estradas em operação e posição geográfica próxima à rota Peru–Ásia, o Acre busca se posicionar como ponto de entrada desse corredor para o Brasil. A apresentação feita na Rússia incluiu informações sobre a implantação da ZPE em Senador Guiomard, área alfandegada voltada à instalação de indústrias com foco na exportação.
A comitiva também levou dados sobre o agronegócio da região Norte e do Centro-Oeste. Estados como Acre, Rondônia e Mato Grosso têm mais de 15 milhões de hectares plantados e alta dependência de fertilizantes. A Rússia é uma das principais fornecedoras do insumo ao Brasil, respondendo por cerca de metade do volume importado pelo país.
Segundo o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, as reuniões trataram de possibilidades de cooperação futura na área logística e industrial. Ele afirmou que as informações apresentadas serão sistematizadas para continuação das tratativas com instituições russas.
Representante da Casa Civil na missão, Ítalo Medeiros destacou que o estado tem buscado alternativas para garantir oferta de fertilizantes, tema considerado estratégico para a produção agrícola local e nacional. Ele citou que o debate inclui equilíbrio entre uso produtivo de áreas e preservação das florestas existentes.
Atração de possíveis indústrias
O governo também apresentou dados de mercado para empresas interessadas em produzir fertilizantes na ZPE, destacando a localização próxima a regiões consumidoras do insumo na Amazônia Ocidental, no Centro-Oeste e em países vizinhos como Peru e Bolívia.
Em Moscou, foram expostos produtos acreanos com potencial exportador, como carne bovina e suína, madeira, castanha, soja e milho, e discutidas possibilidades de compra e instalação de plantas industriais no estado.
As reuniões envolveram entidades como Rússia Business, União dos Fabricantes de Fertilizantes Orgânicos da Rússia, Embaixada do Brasil na Rússia, Câmara Cívica da Federação Russa, Organização de Cooperação Eurasiática e uma comissão do Parlamento Russo.






