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STF julga núcleo dos “kids pretos”, que queria matar Lula e Moraes. Siga

STF julga núcleo dos “kids pretos”, que queria matar Lula e Moraes. Siga

Reprodução/TV Senado

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta terça-feira (11/11), os réus do núcleo 3 da trama golpista, conhecidos como “kid pretos” — expressão usada para designar militares de forças especiais do Exército.

Acompanhe o julgamento:

O julgamento é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Após a leitura do relatório por Moraes, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, faz a sustentação oral.

Gonet ressalta que as preliminares apontadas pela defesa foram superadas. Disse ainda que o recente julgamento da Ação Penal nº 2.694 mostra a complexidade da sequência dos fatos narrados e comprova os crimes apontados.

“As investigações escancaram a declarada disposição homicida e brutal da organização criminosa, que, para isso, se articulou e se lançou providências executórias devidamente armadas”, afirmou Gonet.

Segundo ele, para os kids pretos, “Moraes era considerado o centro de gravidade, era o centro de poder”.

Três frentes de atuação
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo, formado por oito militares e um policial federal, teria participado de ações como monitoramento e planejamento de ataques contra autoridades.

A acusação divide o grupo em três frentes de atuação: planejamento de assassinatos de autoridades, pressão sobre a cúpula das Forças Armadas para aderir ao golpe e propagação de desinformação sobre o sistema eleitoral.

De acordo com a PGR, réus do núcelo 3 elaboraram o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

As investigações apontam que os militares monitoraram autoridades e discutiram estratégias para criar caos social e justificar uma intervenção militar. Eles teriam, ainda, usado os conhecimentos táticos para organizar ações clandestinas e pressionar superiores hierárquicos a aderir ao movimento golpista.

Entre os réus estão oficiais da ativa e da reserva. O grupo é formado por 10 acusados:

Os crimes
Nove dos 10 réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, deterioração do patrimônio público e dano ao patrimônio tombado. Apenas Ronald Ferreira de Araújo Júnior teve a denúncia atenuada para incitação ao crime.

Segundo a PGR, os “kids pretos” formaram uma célula militar clandestina, dividida em missões específicas, que iam desde o planejamento de ataques até a propaganda golpista nas redes. Parte das provas se baseia em mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Julgamento
Os votos dos ministros estão previstos para a próxima semana, em 18 e 19 de novembro. Participam do julgamento, além de Moraes, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino (presidente da Primeira Turma). O ministro Luiz Fux, que deixou o colegiado em outubro, não participará.

Se condenados, os réus poderão receber penas proporcionais à gravidade de sua participação na tentativa de golpe. Se absolvidos, o processo será arquivado.

Nessa segunda-feira (10/11), Moraes determinou medidas para que dois “kids pretos”, Bernardo Romão Correa Neto e Rodrigo Bezerra de Azevedo, possam ir ao julgamento.

O deslocamento dos dois até a Corte foi autorizado “somente entre o local em que está custodiado e o local da sessão de julgamento, mediante escolta policial”, e os réus foram proibidos de concederem qualquer tipo de entrevista.

Somente Rodrigo compareceu pessoalmente ao julgamento. Ele chegou ao STF com a escolta do Exército.

Por: Metrópoles

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