As unhas de gel, por muito tempo, conquistaram espaço nos salões de beleza por garantirem brilho intenso e longa duração. Porém, conforme o uso se popularizou, especialistas passaram a alertar para riscos associados ao procedimento.
Isso levou primeiro a União Europeia, e agora chegou à Anvisa, a decisão de adotar medidas mais rígidas. Entretanto, é sobre determinados componentes usados nesses produtos, que explicamos melhor aqui.
Quais são os riscos da unha de gel?
O procedimento envolve a aplicação de camadas de gel que endurecem sob luz ultravioleta (UV) ou LED. Esse processo, apesar de comum, levanta preocupações.
A exposição frequente à radiação, entretanto, pode provocar danos cumulativos na pele das mãos, entre eles:
- Envelhecimento precoce;
- Aumento do risco de alterações celulares, já que a radiação UV é capaz de causar mutações no DNA.
Paralelamente, outro ponto crítico está nos fotoiniciadores químicos presentes nos géis. Essas substâncias reagem à luz para fixar o produto, mas alguns compostos estudados demonstram potencial para:
- Toxicidade sistêmica;
- Efeitos reprodutivos;
- Possível ação cancerígena, a depender da substância e da dose.
- Além disso, dermatologistas relatam efeitos frequentes em usuárias:
- Alergias e irritações ao redor da unha;
- Fragilidade, quebra e descamação da unha natural após múltiplas aplicações;
Maior risco de infecções quando não há esterilização adequada dos instrumentos.
Por que a unha de gel foi proibida em alguns lugares?
A União Europeia foi a primeira a agir. Assim, desde 1º de setembro de 2025, produtos contendo TPO (trimetilbenzoyl difenil fosfina óxido) foram proibidos no bloco. O ingrediente, usado como fotoiniciador, foi classificado como:
- Potencialmente cancerígeno;
- Tóxico para a reprodução.
A decisão não proibiu as unhas de gel como técnica, mas sim produtos que utilizem esse composto específico. Marcas que adotam alternativas seguras seguem autorizadas.
E no Brasil? O que mudou após a decisão da Anvisa
Quando o artigo original foi escrito, a Anvisa ainda não havia restringido o uso da substância no país.
No entanto, após acompanhar os alertas internacionais e revisar estudos de risco, a agência anunciou medidas semelhantes. Dessa forma, proibiu a comercialização e o uso de produtos que contenham TPO.
A nova determinação aproxima o Brasil das normas europeias e reforça a preocupação com:
- A segurança dos consumidores;
- A transparência química dos cosméticos;
- A padronização de práticas nos salões de beleza.
Vale destacar: o procedimento de unha em gel continua permitido, desde que os produtos estejam adequados às novas regras e livres dos compostos banidos.
Como o consumidor deve agir agora?
Com a mudança, especialistas recomendam:
- Priorizar salões que já utilizem géis livres de TPO e com registro atualizado na Anvisa;
- Verificar rótulos sempre que possível;
- Usar protetor solar nas mãos antes da exposição à luz UV/LED;
- Dar intervalos maiores entre uma aplicação e outra para preservar a saúde das unhas.
A técnica continua popular no Brasil, mas o movimento internacional sinaliza uma tendência clara: os consumidores estão mais atentos aos ingredientes, e as autoridades querem garantir que a busca por beleza não comprometa a saúde.
Por: FDR