O Acre apresentou, nesta sexta-feira, 14, mais um painel cumprindo a agenda de programação na COP30, em Belém (PA). A apresentação teve como temática “PPCDQ Acre: um modelo de sucesso subnacional para a conservação da Amazônia e o cumprimento das metas climáticas globais”.
O encontro foi realizado no estande do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal (CAL), na Zona Verde, e contou com a participação do secretário de Estado do Meio Ambiente do Acre, Leonardo Carvalho, o coordenador do Comando e Controle Ambiental, Quelyson Souza, a coordenadora do Programa REM Fase 2, Marta Azevedo, o coordenador-geral de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Diego Pereira, a diretora de Políticas para Controle do Desmatamento e Incêndios do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Roberta Cantinho, e da pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Jarlene Gomes, que atuou como mediadora.
O painel objetivou o compartilhamento de experiências do estado na implementação e os resultados já obtidos com base no Plano Estadual de Combate ao Desmatamento e Queimadas do Acre (PPCDQ-AC).
Segundo o secretário Leonardo Carvalho, os resultados recentes demonstram a eficácia do plano.
“Este ano reduzimos em quase 28% os índices de desmatamento em comparação a 2024. Aqui na COP, estamos apresentando resultados concretos, alcançamos em 2025 metas que estavam previstas para 2027 pelo nosso PPCDQ-AC. Essa antecipação não é acaso, é fruto de um trabalho planejado, articulado e firme, uma atuação institucional de governo, integrada a diversos órgãos, coordenados pela Casa Civil, com a Sema. O Acre não pode mais reviver o que enfrentou ano passado, qualidade do ar ruim por conta da fumaça, famílias adoecendo e meio ambiente degradado. É importante enfatizar que o nosso trabalho não para, vamos continuar tentando reduzir os ilícitos ambientais ainda mais”, ressaltou o gestor.
Os dados são qualificados e quantificados pelo Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), baseados no Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica por Satélite, do Inpe, que monitora o desmatamento em vários biomas brasileiros, e (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com a redução de 27,62% de desmatamento em 2025, o estado supera as metas estabelecidas para os anos 2023, 2024 e 2025 do plano que eram estipuladas para 2027, que previa uma redução anual de 10% nas taxas de desmatamento.
A apresentação mostrou as metas assumidas pelo governo e as metodologias adotadas para redução das taxas de desmatamento, alinhadas com o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), do governo federal, e o cumprimento das metas climáticas globais.
O PPCDQ-AC tem como finalidade reduzir o desmatamento e a degradação da vegetação nativa, além de controlar queimadas e incêndios florestais. O plano busca garantir a conservação da biodiversidade, a manutenção dos serviços ecossistêmicos e um meio ambiente saudável — um bem maior para toda a sociedade acreana.
Quelyson Souza, do Comando e Controle da Sema, explicou que o Cigma é um órgão gestor que fornece os dados e é responsável por captar as informações para que o estado tenha um relatório completo de eventos climáticos.
“Essa importante ferramenta de política pública foi amplamente debatida e definiu, de forma democrática, a meta de redução do desmatamento. O Acre deve diminuir 50% do desmatamento até 2027, com uma projeção de redução anual de 10%. Isso reforça a importância da atuação integrada do Estado e já vimos que alcançamos resultados concretos. Temos o Cigma, que é o nosso dispositivo de monitoramento ambiental que subsidia o estado nas tomadas de decisões com os dados, nós fazemos esse cruzamento de informações inerentes ao ano com relação ao desmatamento, focos de calor, entre outras atividades de monitoramento”, ressaltou.
A apresentação também abordou a redução do desmatamento, o manejo integrado do uso do fogo e as ações de monitoramento que contribuem para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
A coordenadora do REM, Marta Azevedo, afirmou que a governança é um pilar que contribuiu para a redução de emissões e que o REDD+ Jurisdicional com o financiamento das ações estruturantes do estado, de fiscalização e de regulamentação ambiental, foram também de grande importância para os resultados do Acre.
“Os principais atores deste resultado atual do Acre são os produtores rurais, que são os protagonistas dessa política. E dão sua contribuição na redução do desmatamento, e dando viva ao REDD+ Jurisdicional para mitigar os impactos das mudanças climáticas. E este programa tem também um papel didático nas políticas públicas, pois foca na efetividade pela busca de resultados não só de redução de emissões, mas principalmente na vida e na renda dos produtores. São avanços e aprendizados na implementação de políticas subnacionais voltadas à redução do desmatamento e à valorização das florestas e também desafios no acesso a fundos climáticos que estamos conseguindo progredir cada dia mais e trazendo resultados”, falou.
O coordenador-geral de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Diego Pereira, ressaltou a eficácia do plano que, segundo ele, é um exemplo a ser seguido por outros estados. “Temos, sim, o Acre como referência nessa condução do PPCDQ, podemos ver resultados concretos e que podem ser levados como exemplo a outros estados.”








