O Acre avançou muito, mas menos que quase todo o país quando o assunto é mortalidade infantil. Entre 1970 e 2025, o estado registrou queda de 88,6% na taxa de mortes de crianças menores de 1 ano, um resultado expressivo, mas ainda abaixo da redução nacional (-89,9%) e distante dos líderes, como Ceará, Paraíba e Distrito Federal, que ultrapassaram 91%. As informações foram compiladas pelo site Brasil em Mapas, a partir de bases do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Unicef.
Os números mostram que o Brasil saiu de 119,3 para 12,1 óbitos por mil nascidos vivos no período. No Acre, apesar da queda significativa, a taxa atual permanece acima da média mundial, estimada em 27/1000, e só recentemente se aproximou do patamar considerado “baixo” (menos de 12 mortes por mil nascidos vivos).
O país viveu três grandes fases nessa trajetória: uma queda brusca entre 1970 e 1990, impulsionada por vacinas e expansão do saneamento; um avanço consistente até 2010; e uma desaceleração após 2010, marcada por crises econômicas e, mais recentemente, pela pandemia. Mesmo assim, a projeção para 2030 indica que o Brasil deve atingir 9,9 óbitos por mil, nível semelhante ao de países desenvolvidos.
Regionalmente, o Nordeste foi o destaque, com redução de 90,2%, puxado por investimentos históricos em atenção primária, Estratégia Saúde da Família e programas de vacinação. Já estados como Roraima, Rio de Janeiro e Acre figuram entre os que menos reduziram a mortalidade infantil ao longo de 55 anos.
As variações por década também ajudaram a moldar esse cenário: quedas intensas nos anos 1980 e 1990 — quando o país estruturou seu sistema de saúde — e ritmo mais lento nos anos 2010. A pandemia representou um ponto de inflexão, mas o ciclo atual sugere tendência de recuperação.