
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, divulgou nas redes sociais um vídeo convocando apoiadores para uma carreata em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato está marcado para as 15h deste domingo, 23, no Lago do Amor, na capital acreana.
No vídeo, Bocalom afirma que a prisão, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é “injusta” e pede que os apoiadores se mobilizem. O prefeito diz ainda que Bolsonaro “não roubou absolutamente nada” e que o objetivo da carreata é demonstrar “insatisfação” com a decisão judicial.
“Vamos para uma grande carreata para a gente demonstrar a nossa insatisfação com a tamanha injustiça que estão fazendo com o nosso presidente Bolsonaro. Mandaram prendê-lo ontem, dia 22, e nós não podemos deixar barato, nós temos que mostrar a nossa insatisfação do que estão fazendo com um homem honesto, sério e que despertou em nós, brasileiros, o sentimento da direita, que é do patriotismo”, disse.
A prisão de Bolsonaro ocorreu no sábado, 22, após a Polícia Federal constatar que ele tentou romper a tornozeleira eletrônica.
Na audiência de custódia realizada neste domingo, 23, conduzida pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, auxiliar de Moraes, o ex-presidente confirmou que violou o equipamento usando um ferro de solda que já possuía em casa. Ele disse ter agido motivado por uma “alucinação” causada por medicamentos, acreditando que havia uma escuta instalada na tornozeleira.
Durante a audiência, Bolsonaro declarou não ter sido vítima de abuso por parte dos agentes e negou intenção de fuga. Segundo ele, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não tinha relação com qualquer tentativa de tumulto.
A juíza manteve a prisão, afirmando que todos os procedimentos da Polícia Federal foram cumpridos. Com isso, o ex-presidente segue detido. Nesta segunda-feira, 24, a Primeira Turma do STF julga se mantém ou revoga a decisão de Moraes. Participam do julgamento os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Moraes não vota, pois é o autor da decisão.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses por participação na tentativa de golpe de Estado, mas permanece preso preventivamente, já que o prazo para recursos da defesa ainda está em andamento. Como a condenação é superior a oito anos, ele deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado assim que a etapa recursal se encerrar.