O pastor Roberto Coutinho, envolvido no acidente que vitimou o árbitro de futebol Ruan Rhiller Rodrigues dos Santos, de 23 anos, no último sábado, 8, já foi ouvido na Polícia Civil e pode responder por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar. É necessário, no entanto, esperar pela finalização da perícia, segundo informou ao portal A GAZETA o advogado Junior Feitoza, que defende o religioso.
De acordo com informações de testemunhas, Coutinho trafegava no sentido Porto Acre/Rio Branco quando invadiu a contramão e colidiu de frente com a motocicleta pilotada por Ruan. O trecho do acidente está em obras de recapeamento realizadas pelo Deracre.
Segundo Feitoza, o pastor tem outra versão. “Segundo ele conta, a vítima veio para a mão dele [de Roberto], e ele tentou desviar. Nisso, a vítima [Ruan] também voltou, foi quando ocorreu o acidente”, enfatizou, afirmando que, por conta disso, é necessário aguardar as respostas da perícia.
A defesa disse ainda que Coutinho está “desolado e chorando copiosamente”. “Esse evento morte trouxe profunda tristeza para todos. O pastor e seus familiares estão profundamente tristes. O pastor Roberto é um homem de conduta sempre correta, honesto. A situação dele não está fácil: não come, não dorme, chora muito”, afirmou.
A defesa também informou que a família Coutinho se solidariza à família de Ruan. “Esperamos que a perícia possa esclarecer ao menos a dinâmica do ocorrido. Mas, de todo modo, o sentimento de profunda tristeza que acometeu o pastor, seus familiares e todos nós, é inenarrável. Nos solidarizamos com todos os amigos e familiares da vítima”, finalizou.

“O mínimo que espero é justiça”
Em postagem nas redes sociais, o pai de Ruan, o advogado e árbitro de futebol Fábio Santos, disse que a voz do filho foi silenciada. “Quando sua vida foi ceifada, ele estava indo a trabalho para ajudar seu avô na área rural, uma propriedade da nossa família. Um gesto simples, de amor e responsabilidade, que demonstra quem ele era: um jovem comprometido, trabalhador e cheio de fé no futuro”.
Para o pai, Ruan foi vítima de imprudência no trânsito. “E, para agravar ainda mais a dor, há fortes indícios de irregularidades e tentativas de ocultar a verdade sobre o que realmente aconteceu”, escreveu. “Não se pode permitir que as investigações parem apenas neste ponto, sem o devido esclarecimento dos fatos”.
Ao final, Fábio faz um desabafo: “Meu filho não voltará, mas o mínimo que espero é justiça. Por Ruan. Por todos os filhos que perderam a vida pela imprudência e pela impunidade”, finalizou.








