O Acre enfrenta aumento expressivo nos casos de dengue em 2025, com 8,5 mil registros prováveis da doença, alta de 88% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 4,5 mil casos. O estado também confirmou quatro óbitos neste ano, ante nenhum registrado no ano anterior, segundo dados do Ministério da Saúde.
Apesar do crescimento local, o cenário nacional mostra tendência contrária: o país registrou 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma queda de 75% em relação a 2024, e 1,6 mil mortes, redução de 72% no mesmo período.
Diante do aumento no Acre, o Ministério da Saúde reforçou a campanha nacional “Não dê chance para a dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses e à mobilização da população. O Dia D da Dengue será realizado neste sábado (8), com ações de conscientização e mobilização em milhares de municípios.
Além disso, a pasta anunciou R$ 183,5 milhões para expandir tecnologias de controle vetorial, como o método Wolbachia, que impede a transmissão dos vírus pelo Aedes aegypti. Atualmente, 12 municípios contam com a técnica, e a expectativa é ampliar para mais 70 cidades ainda em 2025, incluindo 13 no mesmo ano. Niterói (RJ), pioneira na cobertura total do Wolbachia, registrou redução de 89% nos casos de dengue e 60% nos de chikungunya.
Outras medidas incluem Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), aplicação de inseticida de longa duração dentro das residências e uso do inseto estéril, além do reforço em centros de hidratação, distribuição de sais de reidratação oral e testes laboratoriais.
A vacinação contra a dengue, iniciada em 2024, segue priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 2.752 municípios de maior risco. Até outubro de 2025, mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados, com outras 9 milhões previstas para 2026, consolidando o maior programa público de imunização contra a doença do país.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que, mesmo com avanços tecnológicos e redução de casos em nível nacional, a prevenção deve ser contínua. “A dengue continua sendo a principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, alertou.







