A crise hídrica chegou ao nível mais crítico em Feijó. Com o rio Envira marcando apenas 1,5 metro em alguns trechos e já sem condições de navegação em várias áreas, o município decretou, nesta quinta-feira, 6, no Diário Oficial do Estado (DOE), situação de emergência diante do risco iminente de desabastecimento de água e alimentos para comunidades ribeirinhas e povos indígenas.
A prefeitura alertou que há localidades onde já não há água potável disponível e o isolamento dificulta o envio de insumos básicos, como comida e medicamentos. Pescadores artesanais — aqueles que exercem a pesca em pequena escala, de forma individual ou familiar — também estão entre os mais afetados, com a segurança alimentar comprometida pela seca severa, que reduz drasticamente o pescado e o acesso aos igarapés.
Além da fome e sede, outro perigo se intensifica: o aumento do calor, da baixa umidade e dos focos de incêndio. As queimadas têm elevado a concentração de fumaça e poluentes no ar, trazendo riscos à saúde — principalmente de crianças e idosos.
Com o decreto, a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil passa a atuar em regime especial, com ações de socorro às comunidades isoladas e campanhas de alerta à população. As medidas terão validade de 180 dias e efeito retroativo a 7 de agosto.
Segundo previsões do Sistema de Proteção da Amazônia, a estiagem deve perdurar por pelo menos mais três meses, agravada pelos efeitos do El Niño e pela redução histórica das chuvas.









