A defesa da advogada Mariana de Oliveira Silva, presa em flagrante por tráfico de droga na última segunda-feira, 10, ao tentar entrar no Complexo Penitenciário de Rio Branco com 813 gramas de maconha, conversou com o portal A GAZETA nesta quinta-feira, 13. De acordo com Maria da Guia Medeiros de Araújo, Mariana sofre com vários transtornos mentais.
A defesa informou que a advogada faz tratamento psiquiátrico há anos e que, no momento, está sendo acompanhada por profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), onde recebe cuidados de um psicólogo e psiquiatra.
Segundo a defesa, Mariana foi diagnosticada com transtorno de borderline, ansiedade, depressão, bipolaridade e compulsão por jogos, o que teria contribuído para a sua condição emocional instável. “Ela alternava momentos de choro e riso dentro da delegacia. É uma pessoa em sofrimento psíquico. A defesa não está aqui para justificar, mas para garantir o direito de defesa de um ser humano que errou”, disse Maria da Guia.
A advogada informou que Mariana está em liberdade provisória, mediante decisão judicial, e que o processo segue em andamento.
Além dos mais de 800 gramas de maconha apreendidos com a advogada no presídio de Rio Branco, a Polícia Civil encontrou mais de dois quilos de droga na casa de Mariana ainda na segunda-feira, 10.
“Ela cometeu um erro, sim. Está errada, sim. Mas há uma razão por trás disso. A Mariana é uma pessoa doente, que precisa de tratamento, e isso está sendo comprovado por laudos médicos”, concluiu a defensora.
Flagrante no presídio
Na segunda-feira, 10, Mariana foi flagrada tentando entrar com mais de 800 gramas de droga no presídio, escondidas na bolsa e no sutiã. Ela havia ido ao local para atender um cliente e chamou a atenção dos policiais penais pelo comportamento suspeito.
Antes de passar pelo body scanner, deixou a bolsa em um guarda-volumes reservado a advogados. Ao retornar para buscá-la, um dos agentes percebeu parte de um pacote dentro do acessório, que continha dez invólucros de substância semelhante à maconha.
Liberdade provisória e medidas cautelares
Mariana foi liberada após audiência de custódia na terça-feira, 11, segundo o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Ela deve cumprir medidas cautelares, como proibição de ingresso no sistema prisional e estabelecimentos do gênero, inserção no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps ADIII), participação em palestras e grupos reflexivos e manutenção do endereço atualizado.
Em nota emitida ainda no dia 10, a OAB/AC destacou que seguirá acompanhando o caso até sua completa elucidação, “adotando as medidas cabíveis sempre que houver violação de direitos e garantias”, e reforçou que o acompanhamento será feito “com responsabilidade e transparência, evitando qualquer forma de exposição indevida”.










