As mensalidades das escolas particulares terão reajuste entre 7% e 12% no Acre a partir de 2026. A informação foi apurada pela GAZETA junto ao Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado (Sinepe-AC).
O aumento passa a valer já nas matrículas para o próximo ano letivo e segue planilhas de custos fiscalizadas pelo Procon, conforme explica a vice-presidente do órgão, Elandia Rodrigues Dantas.
Segundo ela, o cálculo do reajuste é feito individualmente por cada instituição, com base em uma planilha de comprovação de gastos. O documento considera despesas atuais e projeções para o ano seguinte, levando em conta possíveis reformas, aquisição de acervos, novos mobiliários, contratação de professores e mediadores, além da inserção de novas disciplinas que vêm sendo incorporadas ao currículo escolar.
“As escolas fazem uma planilha detalhada do que gastam e do que pretendem investir em 2026. A partir disso, definem o percentual de reajuste e enviam ao Procon, que analisa se está dentro dos padrões previstos”, explicou Elandia, que integra o Conselho Estadual de Educação (CEE) e também atua como coordenadora executiva do Colégio AME, onde recebeu a equipe da GAZETA.
Embora cada instituição tenha autonomia para definir seus valores, o setor adota como referência os parâmetros definidos pelo Procon, que exige a comprovação dos custos para evitar exageros nas cobranças.

Diferenças
Entre as escolas sindicalizadas ao Sinepe-AC, o reajuste ficará entre 7% e 12%, segundo decisão tomada em reunião recente do colegiado. Já as instituições não sindicalizadas podem adotar percentuais maiores, desde que apresentem documentação que justifique o aumento e recebam sinal verde do Procon.
Atualmente, o Acre possui 41 instituições particulares de ensino, entre escolas de educação básica, cursos livres e profissionalizantes. Trinta delas estão em Rio Branco, sendo 15 filiadas ao sindicato.
Entre as associadas estão o Colégio AME, o Colégio Alternativo, o Ângulo, o Sigma, o Lato Sensu, o ABC, o Colégio Padrão (em Senador Guiomard) e o Colégio Modelo, além da Uninorte, que representa o ensino superior. “As maiores escolas do estado do Acre são sindicadas”, reforça a educadora.
Ainda de acordo com Elandia, o impacto do novo ensino médio, com aumento da carga horária e exigência de mais atividades em turno extra, também influencia o valor das mensalidades e, consequentemente, nos reajustes anuais. “O custo é maior, porque o aluno passa mais tempo na escola. Por isso, o ensino médio costuma ter reajustes entre 10% e 12%”, detalhou a educadora.

“Tem escola sindicalizada que oferece só ensino fundamental, anos iniciais e educação infantil. Então essas vão ter um reajuste de 7%, 8% ou, no máximo, 10%”, continua.
Equilíbrio
Elandia ressaltou que as instituições buscam equilíbrio para não onerar as famílias. “Se o reajuste for exagerado, a escola perde alunos. Sabemos que, de maneira geral, as famílias não têm aumento significativo na renda de um ano para outro, então as escolas procuram ser parceiras e flexíveis”, afirmou.
A profissional lembra ainda que o reajuste definido nas matrículas valerá para todo o ano de 2026, sem possibilidade de novos aumentos ao longo dos 12 meses do próximo período letivo.
Segundo dados do sindicato, a rede privada do Acre tem entre 8 mil e 9 mil alunos, sendo cerca de 7 mil apenas em Rio Branco.









