No Acre, 68% dos estudantes do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental afirmam enxergar a escola como um espaço de aprendizado e autoconhecimento, segundo o Relatório da Semana da Escuta das Adolescências, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Consed, Undime e o Itaú Social. O levantamento ouviu quase 16 mil alunos das redes estadual e municipais e revela como adolescentes de diferentes idades percebem o ambiente escolar.
Apesar da maioria associar a escola a um local de aprendizado (68%), acolhimento e pertencimento (67%) e socialização (66%), esses índices caem entre os estudantes mais velhos, dos 8º e 9º anos, que registram 65%, 60% e 56%, respectivamente. Já o sentimento de participação, presente em 61% dos mais novos, reduz-se para 51% na transição para o fim do Ensino Fundamental.
De acordo com o relatório, a diferença de percepção está ligada às transformações típicas da adolescência e à necessidade de tornar o currículo escolar mais próximo dos interesses e expectativas dos jovens. “É preciso fazer com que o currículo da escola converse com os desafios dessa fase, repleta de conflitos e descobertas”, explica Alexsandro Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC.
O estudo também revela que 73% dos alunos dos 6º e 7º anos dizem ter um adulto de confiança na escola, percentual que cai para 67% entre os de 8º e 9º anos. A sensação de segurança acompanha essa tendência: 64% dos mais novos se sentem seguros, contra 53% dos mais velhos.
As amizades continuam sendo um dos pilares mais fortes da experiência escolar: 81% dos adolescentes dos 6º e 7º anos e 82% dos de 8º e 9º anos relatam vínculos significativos com colegas. Por outro lado, apenas 43% e 35%, respectivamente, percebem respeito entre estudantes e professores.
A pesquisa também questionou quais conteúdos e atividades os estudantes consideram mais relevantes. Entre os mais novos, 53% priorizam disciplinas tradicionais, como Língua Portuguesa e Matemática, enquanto entre os mais velhos esse número cai para 41%, que passam a valorizar tecnologia, mídias digitais e preparação para o futuro.
Os resultados reforçam a importância de ouvir os adolescentes e adequar a escola às suas realidades. “As vozes desses estudantes são um chamado para construirmos escolas mais humanas e conectadas com seus sonhos e necessidades”, afirma Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social.
Os dados completos sobre o Acre estão disponíveis no site semanadaescuta.org.br/resultados/estados.









