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No Dia do Radialista, locutores celebram veículo de comunicação que atravessa gerações: ‘democrático e atual’

No Dia do Radialista, locutores celebram veículo de comunicação que atravessa gerações: 'democrático e atual'
Radialista Clebson Oliveira. Foto: Anne Nascimento

Se há uma coisa que proporciona a todos a magia de imaginar, apenas com a voz de outras pessoas, é a rádio. E nesta sexta-feira, 7, é celebrado o Dia do Radialista, uma data que homenageia os profissionais que são os responsáveis por levar informação, cultura e entretenimento a milhões de pessoas diariamente. No Acre, apesar das novas mídias, a paixão por este meio de comunicação segue firme e forte.

A profissão é tão importante que, inclusive, possui “duas datas” de celebração: a primeira, é no dia 21 de setembro, e refere-se à lei que estabeleceu o piso salarial para os profissionais de rádio, sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1943; a segunda é nesta sexta, 7 de novembro, que passou a ser o dia oficial após uma lei federal assinada em 2006, em alusão ao aniversário do músico e radialista Ary Barroso.

No Dia do Radialista, locutores celebram veículo de comunicação que atravessa gerações: 'democrático e atual'
Ary Barroso. Foto: Rádio Batuta IMS

 

A jornalista e radialista Brenna Amâncio contou um pouco da trajetória até ingressar nas ondas radiofônicas. “O rádio é uma ponte. Através dela, você leva notícias a pessoas que estão em lugares distantes. Quem está no carro, no comércio, no ramal ou até em outro estado”, destaca. Para ela, a força desse meio de comunicação está no fato de que os anos passam e, mesmo assim, o rádio permanece. “Continua ali, bem atual”.

Brenna iniciou no jornalismo pela televisão e pelo impresso, até aceitar — não sem medo, ela admite — o desafio de comandar o Jornal Gazeta 93, em 2021, ao lado do marido e colega de profissão, Tiago Martinello. Desde então, o microfone se tornou ferramenta diária de conexão com o público. “Sempre estive do outro lado do rádio, como ouvinte. Ser quem transmite agora é uma responsabilidade enorme e um privilégio”, conta, dizendo se sentir feliz em fazer parte dos 44 anos da emissora.

No Dia do Radialista, locutores celebram veículo de comunicação que atravessa gerações: 'democrático e atual'
Brenna Amâncio e Tiago Martinello na Rádio Gazeta 93 FM. Foto: arquivo pessoal

Tiago, apesar de jovem, já conta com 20 anos de carreira, tendo publicado seu primeiro texto aos 16 anos. Ele, inclusive, não podia ser outra coisa: é filho de Silvio Martinello, responsável por criar o Jornal A Gazeta e o Varadouro. Martinello diz enxergar no rádio uma renovação pessoal e profissional.

“Foi uma reciclagem do meu amor pelo jornalismo”, afirma. Ele lembra que o veículo sobreviveu a todas as previsões de extinção: “Há 40, 50 anos diziam que a televisão acabaria com o rádio. Depois veio a internet. E olha nós aqui, cinco décadas depois: vivos, firmes e fortes”.

Além disso, o apresentador destaca o caráter democrático do rádio. “A espontaneidade do ao vivo traz situações inesperadas. A gente precisa transformar tudo em conteúdo interessante. É isso que deixa o rádio inserido no cotidiano do ouvinte”.

No Dia do Radialista, locutores celebram veículo de comunicação que atravessa gerações: 'democrático e atual'
Rádio é considerada democrática e atinge a todos os públicos. Foto: Brenna Amâncio

“O rádio é uma caixinha mágica”

Quem também celebra o poder do rádio é o radialista Clebson Oliveira, que se apaixonou pelo veículo enquanto ajustava antenas para sintonizar a 93 FM após o trabalho. “O rádio é mágico. É uma caixinha mágica”, define. Antes de ser profissional, Clebson foi fã. “Eu ensaiava em casa. Quando o locutor terminava de falar, eu repetia a mesma coisa”, recorda. Foi assim até participar de um quadro de talentos que o levou à sua primeira oportunidade na emissora. “Cheguei com tudo pronto: nome, roteiro e locução. Lacrei, ele gostou.”

Hoje, o radialista tem o privilégio de dividir a programação com os ídolos que um dia o inspiraram. “Como é que eu cheguei aqui? Eu era fã, como todo mundo. Hoje eu entrego o horário da Eliane Sinhasique”. Emocionado, ele recorda ainda os tempos de juventude, quando adormecia ao som das rádios de música romântica.
“A gente dormia com o radinho à meia-luz e meio som… muitas vezes sofrendo de amor por alguém que nem existia, apenas vivendo a música”.

Para Clebson, o rádio tem algo que nenhum outro meio substitui: a presença. “Você não precisa parar o que está fazendo para consumi-lo. Pode estar cozinhando, dirigindo, trabalhando. O rádio é um companheiro”, resume, acrescentando que mesmo com a evolução tecnológica, tem uma convicção: “A rádio nunca vai acabar. Pode mudar a forma de ouvir, mas sempre será comunicação”.

 

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