A turbidez da água do Rio Acre alcançou, nos últimos dias, níveis inéditos e atípicos para o período, segundo nota divulgada pela Prefeitura de Rio Branco nesta quinta-feira, 20. Desde 11 de outubro de 2025, o aumento da turvação, somado ao acúmulo de balseiros, tem dificultado a captação e o tratamento nas Estações de Tratamento de Água (ETAs) I e II, levando à redução da produção e ao aumento de rodízios no abastecimento.
Em condições normais, com turbidez inferior a 800 NTU (Unidade Nefelométrica de Turbidez), o Saerb consegue tratar até 1.600 litros por segundo. Entretanto, a turbidez tem atingido índices considerados alarmantes, chegando a 3.850 NTU no dia 14 de novembro – o maior registrado desde 2022.
Conforme a autarquia, a situação prolongada tem resultado na redução da produção para garantir a qualidade da água distribuída. Em 18 dos últimos 40 dias, a produção foi reduzida em 20%, passando de 1.600 para 1.280 litros por segundo. Em alguns momentos, os cortes chegaram a 30%. Em outubro, a turbidez ultrapassou 1.000 NTU durante 11 dias seguidos; em novembro, já são sete dias acima de 1.320 NTU.
Outro fator agravante é a presença constante de balseiros desde 11 de outubro, em volumes considerados históricos e sem precedentes, o que também interfere no processo de captação.
De acordo com a Prefeitura, o Saerb opera atualmente com 87,8% da capacidade, produzindo 1.405 litros por segundo.
“Não é possível aumentar a vazão de tratamento devido às atuais condições de turbidez, pois isso comprometeria a qualidade da água. Contudo, o monitoramento do sistema é contínuo, e, caso as condições melhorem, a produção será ajustada de forma a atender à demanda”, diz a nota.
A administração municipal reforçou que o cenário é resultado de fenômenos naturais típicos do início do inverno amazônico, mas que, este ano, se apresentam em intensidade excepcional.