A realidade da violência letal no Acre mudou drasticamente nos últimos dez anos. Depois de atingir um dos piores cenários da história recente, com 492 vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em 2017, impulsionados pela guerra de facções, o Estado encerrou 2024 com apenas 169 vítimas, o menor número da série histórica iniciada em 2015.
A taxa por 100 mil habitantes caiu de alarmantes 58,3 para 19,2, recolocando o Acre perto da média nacional e longe do colapso que marcou o auge da crise.
Os números, apresentados no Anuário de Indicadores de Violência 2015–2024 do Ministério Público do Acre, mostram que o ciclo de crescimento acelerado entre 2015 e 2017 – um salto de 201 para 492 mortes, mais de 140% – foi substituído por um período de redução contínua a partir de 2018, quando conflitos entre e intra facções começaram a perder intensidade e ações de segurança tiveram maior impacto.
A queda, no entanto, não foi linear. A sazonalidade anual revela um mosaico de flutuações:
- 2022 teve um pico brusco em novembro, com 31 mortes em um único mês;
- 2023 concentrou seu maior número em julho (26 vítimas);
- 2024 foi o ano mais estável, variando entre 9 e 17 mortes mensais, sem explosões repentinas — um dado considerado tão importante quanto a própria redução anual.