Deputados estaduais da base governista ignoraram os servidores da Saúde e deixaram o plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na manhã desta terça-feira, 18, pouco antes do início do debate com os sindicatos sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) das categorias.
A sessão ordinária foi marcada por protestos por parte dos trabalhadores, que cobram do governo a apresentação imediata de uma versão preliminar do PCCR. O Palácio Rio Branco, por sua vez, quer entregar o documento apenas no dia 31 de dezembro, no apagar das luzes de 2025, quando parlamentares já estarão de recesso, inviabilizando qualquer debate para este ano.
Após a sessão desta terça, 18, permaneceram no plenário para dialogar com os trabalhadores apenas os deputados de oposição Edvaldo Magalhães (PCdoB), Michelle Melo (PDT) e Emerson Jarude (Novo), além do governista Adailton Cruz (PSB), que representa os servidores da Saúde no parlamento estadual, e o líder do governo Manoel Moraes (PP).
Por outro lado, deixaram o plenário, antes da reunião, os deputados Whendy Lima (União Brasil), Marcus Cavalcante (PDT), Gene Diniz (Republicanos), Luiz Gonzaga (PSDB), André Vale (Podemos), Afonso Fernandes (Solidariedade) e Fagner Calegário (Podemos). O deputado Pedro Longo (PDT) foi visto pelos corredores da assembleia, mas não compareceu à sessão e nem à reunião, ocorrida no próprio plenário da Casa.
A presidente do Sindicato dos Profissionais Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros do Acre (Spate), Alesta Costa, criticou os deputados que não participaram do encontro e afirmou que irá repassar o nome de cada um deles ao comando dos protestos, que ocorrem em todo o Acre, para que os trabalhadores e suas famílias “lembrem deles” nas eleições de 2026.
“Fica aqui o nosso repúdio, porque esta Casa sempre nos ouviu e nos ajudou, e agora, no momento em que mais precisamos, eles saem? A gente fica triste. Mas vamos dizer pra todo mundo quem é que estava aqui e quem é que foi embora e não apoia a Saúde. Vocês viram aqui, servidores com 71 anos de idade passando necessidade. Isso é uma vergonha. Aí vem deputado pro plenário e vai embora na hora de ouvir servidor? Todo mundo viu isso e está se questionando ‘cadê eles?’. Pois nós lembraremos deles no ano que vem”, indignou-se.
Durante o debate, servidoras idosas e com décadas de serviços prestados ao estado relataram que só não se aposentaram porque, sem um PCCR definido, suas aposentadorias cairiam significativamente, o que impactaria na qualidade de vida.
O governo não enviou representante para a discussão.








