Nos corredores da Câmara de Rio Branco, longe da formalidade da tribuna que raramente utiliza, o vereador Bruno Moraes (PP) conversou com A GAZETA e fez um balanço de seu primeiro ano de mandato. Aos 37 anos e estreante na política, ele carrega a marca de ter sido o parlamentar municipal mais votado da história do Acre, com 5.898 votos – um número que, por si só, cria muitas expectativas.
Ligado a empresas e trabalhadores terceirizados, a quem representa no parlamento-mirim, Bruno chegou ao legislativo em 2024, após duas tentativas frustradas – uma para vereador em 2020 e outra para deputado federal em 2022, quando obteve votação expressiva.
Nascido em Brasília, ele define o primeiro ano de trabalho na Câmara como “um aprendizado constante”. “O parlamento é muito diferente do que a gente imagina”, diz. Mesmo assim, afirma acreditar que cumpriu a missão estabelecida para esse início de vida pública.
Entre as principais entregas, ele destaca a aprovação e sanção do programa Jovem em Ação, seu primeiro projeto. A matéria estabelece oportunidades para jovens aprendizes atuarem em empresas terceirizadas contratadas pelo poder público. Segundo ele, os primeiros participantes devem começar a atuar ainda em 2025. “É um ganho enorme para a juventude, porque oferece experiência”, avalia.

Outra bandeira, mais alinhada ao cotidiano dos trabalhadores e empresários que o elegeram, é o esforço para assegurar que as empresas terceirizadas que prestam serviço para a gestão municipal recebam em dia. “A gente tem pouquíssimas problemáticas na prefeitura quando o assunto é terceirização. Há casos pontuais, mas nada grave”, afirma Moraes, que integra a base do prefeito Tião Bocalom (PL) na Casa.
Ele também menciona o projeto do vale transporte alternativo, aprovado pela Câmara e ainda à espera de sanção e regulamentação pelo prefeito. A proposta permite o uso do vale-transporte em táxis e mototáxis, ampliando opções de deslocamento dos trabalhadores diante do sistema de ônibus da capital, o qual considera caótico.
Discrição
O vereador tem atuação mais reservada do que se espera de alguém que chegou com votação recorde. Sua presença na tribuna é pontual, sempre ligada a temas específicos. No entanto, segundo ele, o volume de trabalho não é menor por isso.

“Eu preciso de desafios. Todo dia surge outro problema, outra indicação, outro pedido. Essa dinâmica é o que me move”. Como exemplo, ele cita a recuperação de uma passarela no bairro Canaã que estava deteriorada e cuja solução, fruto de indicação sua, envolveu um longo “imbróglio”.
Além das proposições, Bruno assumiu duas das relatorias de maior peso político da Casa: a da revisão do Plano Diretor e a do Orçamento Municipal. Na primeira, ele tem conduzido audiências públicas e prevê que a revisão seja votada até o fim do ano.
A avaliação que ele faz do primeiro ano de mandato mistura satisfação e inquietação. “Às vezes a gente tem aquela sensação de dever cumprido, mas dura poucos segundos, porque logo aparece outro problema”, confessa.
Ele enxerga Rio Branco como uma cidade mal planejada, o que exige respostas constantes suas e dos demais colegas. Questionado sobre o que espera para 2026, o vereador foi rápido na resposta: “mais trabalho”.







