O acidente envolvendo uma mulher e uma criança em um ônibus da empresa Ricco, durante tráfego na Ponte Metálica, em Rio Branco, teve repercussão na Câmara de Vereadores na sessão desta terça-feira, 25. Parlamentares de oposição usaram a tribuna para detonar a empresa que detém o monopólio do transporte coletivo na maior cidade do Acre.
O primeiro deles foi Zé Lopes (Republicanos), que destacou que as pessoas têm colocado a vida em risco ao andar nos ônibus da Ricco. Ele citou incidentes anteriores envolvendo a companhia, como o incêndio em um veículo em um bairro da capital, ocorrido neste ano.
“A gente só está nesta situação porque a prefeitura permite que uma empresa funcione há 3 anos sem licitação e com contrato provisório. A população quer novas empresas, quer ônibus novos, quer linhas novas e ar condicionado nos veículos. Isso não é luxo, é o básico”, disparou.
Outro que usou a tribuna para condenar a empresa e criticar a prefeitura foi o petista André Kamai. Ele também lembrou episódios anteriores envolvendo a Ricco, como a queda do eixo traseiro de um ônibus em plena corrida.
“Eu falei aqui que teria de acontecer uma tragédia para que os órgãos tomassem providências. Me parece que a gente não vai precisar chegar nisso, graças a Deus, porque o Ministério Público do Acre resolveu agir e tocar pra frente uma ação popular que estava parada lá há quase um ano, no aguardo de uma manifestação”, afirmou.
O vereador de esquerda aproveitou para pedir ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) que receba o parecer do MPAC sobre a situação dos ônibus na capital, aceite a denúncia e tome as devidas providências.
Eber Machado, do MDB, subiu o tom, como de costume, e classificou as condições do transporte coletivo como “safadeza” e “patifaria”. “Essa empresa é um câncer. A cidade está um caos completo e a prefeitura não está nem aí. Não podemos mais aceitar isso”.
Após os discursos, a Câmara suspendeu a sessão para reunião dos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avaliarão um projeto de lei que atualiza o sistema de transporte coletivo da capital e que permitirá, após aprovação, a realização de licitações para novas empresas operarem na cidade. A expectativa é que, após a reunião, a matéria seja votada em plenário ainda nesta terça, 25.