Com aparelhos cada vez mais modernos e inteligentes, uma dúvida passou a fazer parte da rotina de muita gente: é seguro sair de casa e deixar o ar-condicionado ligado? O hábito, antes visto como arriscado, hoje é reavaliado à luz de novas tecnologias, que trouxeram mais controle, proteção e eficiência ao equipamento.
Segundo Romenig Magalhães, engenheiro eletricista, a resposta deixou de ser simples. “Durante muito tempo, a orientação era desligar sempre ao sair de casa. Hoje, com aparelhos mais avançados, é possível manter o funcionamento em situações específicas, desde que o equipamento esteja em boas condições e seja usado de forma consciente”, explica.
Entre os cenários em que o uso pode ser considerado seguro estão os dias de calor intenso, especialmente em casas com animais de estimação. Manter o ambiente climatizado em uma temperatura moderada ajuda a reduzir o estresse térmico dos pets. Modelos mais recentes conseguem ajustar automaticamente a potência conforme a necessidade do ambiente e contam com sistemas de proteção que interrompem a operação em caso de falhas, o que permite a ausência por algumas horas com mais tranquilidade.
Outro ponto que pesa na decisão é o controle da umidade. Em regiões litorâneas ou com altos índices de umidade, o uso do modo Dry pode ajudar a preservar roupas, móveis e estruturas da casa. De acordo com Romenig, supervisor de Pesquisa e Desenvolvimento da Gree do Brasil, essa função atua especificamente na retirada do excesso de umidade do ar, sem resfriar o ambiente de forma intensa, mantendo o funcionamento dentro de limites seguros mesmo por períodos mais longos.
A climatização contínua também é comum em ambientes que abrigam equipamentos sensíveis ao calor e à umidade, como computadores, instrumentos musicais e espaços de home office. Nesses casos, o especialista reforça a importância de escolher aparelhos adequados à carga térmica do local, além de garantir instalação correta e manutenção em dia.
Apesar dos avanços, desligar o ar-condicionado ao sair de casa ainda é a melhor escolha em algumas situações. Isso vale para aparelhos antigos, sem proteção elétrica, equipamentos sem manutenção periódica, filtros sujos ou locais com histórico frequente de quedas de energia. O tempo de ausência também deve ser levado em conta.
“Para saídas longas, viagens ou períodos prolongados fora de casa, o desligamento continua sendo a recomendação mais segura”, afirma Romenig.
Monitoramento remoto muda hábitos
A conectividade, por outro lado, tem mudado hábitos. Modelos com Wi-Fi integrado permitem monitorar o funcionamento à distância, ajustar modos de operação, ligar ou desligar o aparelho e receber alertas pelo aplicativo. Esses recursos aumentam o controle do consumo e a segurança durante períodos curtos fora de casa.
No fim, a resposta depende do contexto. Se o ar-condicionado é moderno, foi instalado corretamente, tem manutenção em dia, proteção elétrica e permite monitoramento remoto, deixá-lo ligado por algumas horas pode ser seguro — e até necessário em alguns casos. Na dúvida, porém, desligar ainda é a atitude mais prudente.
Por: Metrópoles






