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‘Quase morri e não emagreci’: pacientes relatam reações graves após usar canetas emagrecedoras falsificadas

Histórias de consumidores que adoeceram após usar tirzepatida irregular mostram como atravessadores, clínicas informais e produtos sem controle sanitário transformaram o desejo de emagrecer em risco real. Especialistas explicam o que é permitido, o que é proibido e como se proteger.

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
11/12/2025 - 08:58
Ivete teve alergia similar a manchas causadas por sarampo devido ao uso de tirzepatida falsificada — Foto: Freepik

Ivete teve alergia similar a manchas causadas por sarampo devido ao uso de tirzepatida falsificada — Foto: Freepik

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A cena que convenceu o chef de cozinha Paulo Marin, 50 anos, a tentar a tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro — era familiar: uma amiga comentava no salão de beleza que “todo mundo estava emagrecendo horrores”. Em poucos dias, ele recebeu o contato de um suposto médico que aplicava a medicação em um consultório improvisado: uma maca, uma mesinha, duas cadeiras.

Nenhuma ampola era mostrada. Nenhum lote. Nenhuma receita.

“Ele aplicava a dose e pronto. Eu não via o frasco. Ele dizia que era endocrinologista, mas nunca vi CRM. Custava R$ 250 por semana.”

A primeira aplicação já trouxe sinais de que algo estava errado: náuseas fortes, tontura, vômito e um hematoma roxo na barriga. Tentou mais uma vez, na semana seguinte. Os sintomas se intensificaram e, além deles, não emagreceu um grama sequer.

Anúncio de tirzepatida falsificada a qual Paulo teve acesso — Foto: Reprodução
Anúncio de tirzepatida falsificada a qual Paulo teve acesso — Foto: Reprodução

Meses antes, Paulo já havia vivido outro episódio — igualmente motivado pela promessa de emagrecimento rápido. Uma conhecida vendia a suposta “caneta do Paraguai”, com quatro aplicações por R$ 1.200, parcelados na maquininha. Ele aplicou numa manhã.

“Horas depois, tontura, diarreia, vômito, enxaqueca. Fui parar no hospital. Joguei o resto fora.”

‘Quase morri e não emagreci’: pacientes relatam reações graves após usar canetas emagrecedoras falsificadas
O chef de cozinha Paulo Marin teve duas experiências ruins com tirzepatida falsificada. — Foto: Arquivo Pessoal

Por dentro das canetas clandestinas
As reações violentas que derrubaram Paulo são velhas conhecidas de quem monitora o mercado clandestino. Para especialistas ouvidos pelo g1, o caso dele expõe o abismo entre o que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige para um injetável seguro e o que, na prática, vem sendo vendido como tirzepatida fora da rede regulada.

Doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Maria Fernanda Barca afirma que, ao analisar essas canetas em laboratório, já foram identificados:

  • soluções com pureza muito abaixo do aceitável,
  • frascos sem esterilidade mínima,
  • insumos de origem desconhecida,
  • tentativas de imitar a concentração usada pela indústria sem qualquer precisão técnica,
  • presença de sibutramina, proibida para uso injetável.

Muitos dos danos começam, segundo ela, na cadeia de produção: essas canetas são feitas em ambientes que não seguem normas de assepsia, com matérias-primas baratas e dificilmente rastreáveis. Os frascos superconcentrados, vendidos para múltiplos pacientes, ainda ampliam o risco de contaminação.

Endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Cohen, Clayton Macedo confirma a gravidade. Em testes independentes, diz, frascos vendidos como tirzepatida apresentaram purezas entre 7% e 14%, quando o medicamento real exige 99%.

“É outra substância. É um composto instável. Não se comporta como tirzepatida e não tem como gerar o efeito terapêutico esperado”, explica.

A fronteira entre manipulação e ilegalidade
O Brasil permite, sim, a manipulação de tirzepatida. Mas isso não significa que tudo o que se vende por aí seja legal. A Anvisa fixa condições rígidas, que incluem:

  • insumo com pureza comprovada;
  • rastreabilidade total da cadeia de origem;
  • manipulação em ambiente estéril, com controle microbiológico;
  • frascos produzidos sob demanda, para um único paciente;
  • proibição de estoque e de produção seriada;
  • necessidade de prescrição individual.

Nada disso é mero protocolo.

Quando uma farmácia manipula sem cumprir esses critérios, cria-se uma preparação irregular.

“Quando o produto sequer contém tirzepatida — ou traz ingredientes não declarados — estamos diante de falsificação”, diz Barca.

Especialistas afirmam que o mercado clandestino opera justamente nessas duas zonas proibidas. Quase nunca há rastreabilidade. Quase nunca há controle de esterilidade. Quase nunca há pureza adequada. E quase nunca existe apenas um paciente por frasco — o que abre caminho para diluições improvisadas, contaminações e dosagens completamente erradas.

Para o consumidor, essa diferença é invisível. Para o organismo, decisiva.

‘Quase morri e não emagreci’: pacientes relatam reações graves após usar canetas emagrecedoras falsificadas
Medicamento importado por Ivete — Foto: Arquivo Pessoal

‘Parecia sarampo’
A aposentada Ivete de Freitas, 69 anos, viveu outra face desse mercado. Embora tivesse uma prescrição legítima de Mounjaro, se deixou levar pela promessa de economia feita por amigas. Um conhecido disse que “importava da Argentina” e ofereceu uma carona no pedido — tudo por um preço bem mais baixo que o da farmácia.

O frasco chegou sem nome comercial, apenas com uma composição impressa. Mesmo desconfiada, aplicou.

Minutos depois, seu corpo começou a se encher de placas vermelhas.

“Parecia sarampo, subiu da cintura para o pescoço. À noite piorou.”
Ivete ainda fez a aplicação mais quatro vezes, e só interrompeu quando percebeu que os sintomas cutâneos e o mal estar se intensificaram.

A médica que a acompanha confirmou que o quadro poderia ter sido ainda mais grave. Outras reações comuns em pacientes, afirma Barca, envolvem surtos psicóticos e diverticulite. Em casos mais graves, há risco de morte.

O perigo para o corpo
Quando a tirzepatida não segue os padrões farmacêuticos — seja por manipulação irregular, falsificação ou importação sem controle sanitário — o corpo é o primeiro a reagir. A molécula é sensível, exige pureza alta e ambiente estéril. Fora disso, os efeitos podem ser imediatos ou acumulativos.

Reações gastrointestinais violentas são as mais frequentes. Vômitos persistentes, náuseas incapacitantes, diarreia intensa, desidratação e queda abrupta de pressão. Não são efeitos do medicamento original — são resultado de impurezas, solventes inadequados ou degradação térmica da molécula.

O risco de infecções também aumenta. Soluções feitas sem esterilidade podem introduzir bactérias no tecido subcutâneo, causando abscessos, inflamação local, febre e, em casos graves, infecção sistêmica. Vermelhidão súbita, placas ou manchas pelo corpo — como as que apareceram em Ivete — costumam indicar contaminação microbiológica ou reação a substâncias que não deveriam estar ali.

Alterações na composição química podem levar a quadros neurológicos e cardiovasculares. Tontura intensa, palpitações, taquicardia, arritmia, picos de pressão arterial e dor de cabeça incapacitante. Quando um produto clandestino contém estimulantes ou resíduos químicos desconhecidos, o sistema nervoso reage com imprevisibilidade.

Há ainda o risco silencioso das doses erradas. Produtos falsificados ou manipulados sem precisão podem entregar concentrações muito acima ou muito abaixo do necessário.

Concentrações elevadas podem provocar hipoglicemia, mal-estar súbito e confusão mental. Concentrações baixas simplesmente não funcionam, levando o paciente a aumentar a dose por conta própria — ampliando ainda mais o perigo.

A degradação térmica é outro ponto crítico. Sem cadeia fria, a molécula perde estabilidade e pode se fragmentar. O corpo passa a reagir não à tirzepatida, mas aos seus subprodutos, que podem irritar o tecido, desencadear alergias e causar reações adversas que não existem no medicamento original.

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E há o risco menos óbvio, mas igualmente grave: a falsa sensação de tratamento. Quem usa um produto clandestino acredita estar protegido, quando na verdade segue com diabetes ou obesidade sem controle adequado. Esse atraso terapêutico tem impacto direto em risco cardiovascular, resistência à insulina, pressão arterial e progressão da doença.

O que diz a fabricante
Procurada pelo g1, a Eli Lilly — fabricante do Mounjaro — afirma que não produz, não comercializa e não autoriza a fabricação do medicamento em farmácias de manipulação, nem a venda de produtos a granel, fracionados ou reenvasados.

Segundo a empresa, qualquer solução líquida vendida como tirzepatida fora dos canais oficiais deve ser considerada falsificada.

Em nota, a farmacêutica declarou que já identificou, em análises conduzidas nos últimos meses, ampolas clandestinas contendo substâncias desconhecidas, além de presença de impurezas, ausência completa de tirzepatida e até misturas com outros ativos, como estimulantes e derivados não declarados.

“A integridade química e microbiológica desses produtos não pode ser garantida. Não há controle de qualidade, esterilidade, cadeia fria nem rastreabilidade da origem dos insumos”, informa.

A Lilly também afirma que não existe versão em ‘caneta avulsa’, frascos multidoses ou apresentações vendidas por atravessadores — e que o Mounjaro legítimo só é distribuído em canetas descartáveis, seladas e rastreáveis, mediante prescrição médica.

Por: G1 Saúde

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