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Informalidade é vista como maior ameaça por 74% dos empresários de Rio Branco, aponta pesquisa

Informalidade é vista como maior ameaça por 74% dos empresários de Rio Branco, aponta pesquisa

Foto: Emely Azevedo/Procon

A informalidade se tornou o principal motivo de insegurança entre empresários de Rio Branco, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 3, pela Fecomércio/AC. O levantamento, realizado pelo Instituto DataControl no dia 22 de novembro de 2025 com 104 empresários e dirigentes de diversos segmentos do comércio, revela que 74% dos entrevistados enxergam o avanço do mercado informal como uma ameaça direta à competitividade e à manutenção dos postos de trabalho.

O assessor da Fecomércio/AC, Egídio Garó, explica que o cenário exige atenção, já que a expansão da informalidade afeta toda a cadeia produtiva. “Quando o empresário deixa de competir em igualdade de condições, toda a cadeia produtiva sente”, afirmou.

A sensação de insegurança econômica é ampla: 76,9% dos entrevistados demonstram preocupação com o enfraquecimento do mercado interno e o aumento do desemprego. Garó ressalta que o problema não é isolado. “A instabilidade econômica internacional e os reflexos nos custos de operação atingem especialmente as micro e pequenas empresas, que são maioria no Acre.”

A pesquisa também identifica mudanças no processo de contratação. Para 46,2% dos empresários, a escolaridade não é determinante na seleção de novos colaboradores, enquanto 53,8% afirmam considerar o fator, com exigência maior para 43,3%. O gênero é visto como irrelevante para 59,6%, apesar de 40,4% ainda levarem em conta dependendo do setor. Já a idade não influencia para 57,7%; entre os que consideram o critério, a preferência é por candidatos com até 29 anos.

Quando o assunto é perfil profissional, a proatividade lidera. Para 53,8% dos pesquisados, essa é a característica mais determinante para conquistar uma vaga. Já a qualificação profissional aparece como diferencial para 23,1%.

A pesquisa aponta ainda que a principal causa de desligamentos nas empresas é a “rescisão espontânea” (66,3%), seguida por demissão sem justa causa (22,1%) e com justa causa (11,5%). Para Garó, os números refletem um movimento duplo no mercado de trabalho. “De um lado, há colaboradores em busca de melhores salários e, de outro, empresas que tentam reorganizar suas equipes para sobreviver”, avaliou.

A expectativa de recuperação é cautelosa: 40,4% dos empresários acreditam que o mercado só deve se equilibrar em cinco anos; 34,6% estimam quatro anos; e 25% preferem não fazer projeções.

Sobre o futuro imediato, o cenário é dividido. Para 33,7% dos entrevistados, há condições para crescimento no curto prazo. Outros 32,7% esperam piora, enquanto 26% acreditam em estabilidade. Apenas 7,7% não souberam opinar.

Mesmo diante das incertezas, o levantamento mostra que 90,4% dos empresários atuam com um plano formal de vendas, contra 9,6% que dependem apenas da própria experiência, um indicativo de busca por organização e adaptação ao momento econômico.

“O empresariado acreano não recuou. Pelo contrário, está se preparando, planejando e buscando alternativas. Isso é o que mantém a economia viva”, concluiu Garó.

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