O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado por volta das 9h30 desta terça-feira (24), no Hospital DF Star, em Brasília, para realizar exames pré-operatórios de uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral, prevista para acontecer amanhã (25), dia de Natal.
Essa é a primeira vez que o Bolsonaro deixa a Superintendência da PF (Polícia Federal) de Brasília desde que foi preso, em 22 de novembro.
A previsão é de que o procedimento dure até quatro horas. O ex-presidente foi acompanhado por um comboio da PF, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que autorizou a cirurgia e estabeleceu uma série de regras para garantir segurança e discrição no período da internação.
Internação em área isolada e regras rígidas
O ex-presidente ficará internado em uma área isolada do hospital, sob supervisão e vigilância permanente da Polícia Federal. A decisão está amparada em determinação de Moraes.
Seguindo as orientações do magistrado, o ex-presidente foi escoltado, com desembarque pelas garagens do hospital, evitando circulação de público. A vigilância será 24 horas por dia, com pelo menos dois agentes federais posicionados na porta do quarto e equipes reforçadas tanto dentro quanto fora da unidade hospitalar.
Exames pré-operatórios
Ainda nesta quarta-feira, Bolsonaro passará por exames pré-operatórios no DF Star para avaliar sua condição física antes da cirurgia. O procedimento deve acontecer para acontecer às 9h de quinta-feira (25), segundo apuração da CNN Brasil.
A intervenção será para corrigir uma hérnia inguinal bilateral, condição diagnosticada por laudo médico e confirmada pela perícia da Polícia Federal.
A equipe médica estima que a cirurgia possa durar entre três e quatro horas e será realizada sob anestesia geral. O período de internação previsto após o procedimento é de aproximadamente cinco a sete dias, considerando cuidados pós-operatórios como analgesia, fisioterapia e prevenção de complicações como trombose.
Segurança durante a internação
Além da vigilância contínua, a decisão judicial proibiu a entrada no quarto hospitalar de celulares, computadores e quaisquer dispositivos eletrônicos — com exceção de equipamentos médicos — para preservar a segurança e impedir comunicação não autorizada. A fiscalização dessa medida ficará a cargo da Polícia Federal.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi autorizada a acompanhar o ex-presidente durante toda a internação. Outras visitas, incluindo os filhos do ex-presidente, só poderão ocorrer mediante autorização de Alexandre de Moraes.
De acordo com Paulo Barros, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a hérnia é “nada mais é do que um buraco na parede abdominal que permite a saída do conteúdo de dentro da barriga para fora”.
“No caso da hérnia inguinal, esse acontecimento ocorre na região da virilha — então, você tem um buraco naquela região que vai permitir a saída do conteúdo intestinal”, esclareceu o especialista.
O cirurgião ainda explicou que existem dois métodos principais para operar uma hérnia inguinal: cirurgia aberta tradicional e cirurgia minimamente invasiva.
“A aberta tradicional, ela ainda é válida, tem bons resultados e acabamos usando com pacientes que tem algum risco, que não queremos passá-lo para uma anestesia geral. E a cirurgia minimamente invasiva, que através de três ‘cortinhos’ na altura do umbigo, a gente com uma câmera consegue fazer a cirurgia”, detalhou Barros.
Ambas as técnicas envolvem o implante de uma tela de polipropileno para reforçar a parede abdominal, que “quando fazemos de forma minimamente invasiva, colocamos por dentro da barriga, e quando de forma aberta, colocamos por fora”.
(Com informações de Isabel Mega, Gabriela Boechat, Ester Cauany e Vitória Queiroz, da CNN Brasil)
Por: CNN Brasil