A partir da decisão da Justiça em determinar a suspensão de alguns benefícios concedidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em razão do cargo que ocupou, a União deve economizar pelo menos de R$ 1 milhão por ano com gastos referentes a veículos, seguranças, auxiliares, combustível e viagens.
Levantamento feito pela CNN Brasil com base em informações do Portal de Dados Abertos da Casa Civil mostra que o ex-mandatário utilizou cerca R$ 900 mil dos cofres públicos para custear, neste ano — até outubro — equipes de apoio, previstas por lei a ex-chefes do Executivo.
Em 2024, esse valor ultrapassou R$ 1,7 milhão. E, em 2023, o gasto total passou de R$ 1,9 milhão.
A legislação garante que cada ex-presidente tem direito vitalício a dois veículos e uma equipe de suporte que inclui até oito servidores — quatro para segurança e quatro para apoio, incluindo assessores e motoristas — além de dois veículos oficiais, sendo que o benefício é pessoal e não se estende à família.
Se juntados todos esses benefícios e o quanto eles custam, o ex-presidente desempenhou R$ 682.307,06 em gastos somente com salários de pessoal, gasolina e manutenção de veículos no ano de 2025, com dados até o mês de outubro.
Na última segunda-feira (10), a Justiça Federal de Minas Gerais determinou a suspensão dos seguranças e motoristas de Bolsonaro, assim como de seus veículos.
No documento, o juiz argumenta justamente que ex-presidente está preso e que, por isso, “a estrutura atualmente mantida pela União não acrescenta proteção existencial relevante ao réu, já sob custódia do Estado, mas consome recursos públicos para preservar um estatuto simbólico de ex-chefe de Estado, justamente no momento em que o ordenamento expressamente lhe retira direitos relevantes”.
No montante total deste ano, incluindo também despesas com passagens aéreas, obrigações tributárias, material de consumo e outros serviços, Bolsonaro custou R$ 983.742,97 aos cofres públicos.
Se comparado com gastos de outros ex-presidentes, Bolsonaro está entre os que menos gastou em 2025. Ficando atrás de Fernando Henrique Cardoso (R$ 756.725,74) e José Sarney (R$884.686,37).
No entanto, vale lembrar que ele sofreu algumas sanções, ficando impossibilitado de deixar o país, por exemplo e posteriormente preso em regime domiciliar, em agosto deste ano, o que diminui gastos com viagens e diárias.
Outros presidentes
O ex-presidente José Sarney gastou, neste ano até o mês de outubro, R$ 776.776,95 dos cofres públicos para gastos com benefícios vitalícios. O mês em que houve mais gasto foi julho, com um valor total de R$ 109.663,19.
No caso de Fernando Collor, o montante total do ano até outubro foi de R$ 882.930,17. Junho também foi o mês em que Collor teve mais gastos, somando o valor de R$ 127.425,99. Vale lembrar que Collor está em prisão domiciliar, mas não teve seus direitos cortados, como foi determinado a Bolsonaro.
O maior gasto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é com “vencimentos e vantagens fixas – Pessoal Civil”, ou seja, o salário de sua equipe. No ano de 2025, até o mês de outubro, ele gastou um total de R$ 756.725,74.
Desde janeiro até outubro, a ex-presidente Dilma Rousseff gastou um total de R$ 1.831.331,37 em gastos com benefícios vitalícios, sendo que, o mês de julho acumulou mais despesas: foram R$ 310.316,24 desempenhados.
O ex-presidente Michel Temer desempenhou um total de R$ 1.245.504,83 de janeiro até outubro deste ano. O mês em que Temer custou mais caro para os cofres públicos foi julho, quando ele utilizou R$ 196.750,54.
Por: CNN Brasil