João vendeu um imóvel e, com o valor do negócio, cerca de R$ 3 milhões, iria comprar uma nova casa, mais cara. O Safra propôs, no início de 2020, que o médico investisse o montante e, simultaneamente, assumisse um empréstimo na instituição para complementar o valor necessário pela nova residência.
Os ganhos mensais com o investimento seriam mais do que suficientes para pagar as parcelas do empréstimo com o banco, se a negociação não tivesse dado errado.
Um corretor do banco orientou João a alocar cerca de R$ 1 milhão na Bolsa de Valores, investimento considerado de alto risco e até então desconhecido pelo médico.
Mais tarde, entre 2021 e 2022, o contador de João identificou um déficit de aproximadamente R$ 900 mil nas contas dele. O montante se referia a perdas atreladas ao investimento na Bolsa recomendado pelo Safra.
Em contato com o banco, o médico descobriu que o corretor não tinha qualificação para recomendar tal movimentação.
Em um dado momento, 90% dos recursos da Bolsa estavam concentrados no mercado varejista, o que não é recomendado por instituições bancárias, justamente para evitar que quedas bruscas de ações arrastem todo o investimento do cliente.
Acordo empacado
O médico conta que um funcionário da corretora do banco reconheceu que houve má gestão do dinheiro e que o cliente sofreu um prejuízo alto. A instituição lhe propôs um acordo, oferecendo um valor para ressarcir o montante perdido.
O representante instruiu o cliente que fizesse uma sugestão de valor. Devido à complexidade das inúmeras movimentações e taxas com os investimentos na Bolsa, João contratou uma perita.
Quando o médico apresentou o número calculado, de aproximadamente R$ 1 milhão, o banco se comprometeu a dar uma resposta, o que nunca veio.
Fonte: Metrópoles






