O Acre contabilizou 177 mortes violentas intencionais (MVI) entre janeiro e novembro de 2025, segundo dados extraídos do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do Ministério Público do Acre (MPAC) . O número é 7,93% a mais que o verificado no mesmo período de 2024, quando 164 pessoas foram assassinadas.
Do total de mortes, Rio Branco responde por 86 casos, quase metade de todas as ocorrências registradas no período. Na sequência aparecem Cruzeiro do Sul (22), Epitaciolândia (9) e Feijó (7). Municípios como Assis Brasil, Brasiléia e Tarauacá tiveram seis vítimas cada, enquanto Mâncio Lima, Sena Madureira e Senador Guiomard registraram cinco mortes. Cidades menores, como Bujari, Capixaba, Jordão, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rodrigues Alves e Xapuri, somaram dois casos cada, e Manoel Urbano e Acrelândia, uma morte cada.
Jovens adultos são as principais vítimas
A faixa etária mais atingida pela violência é a de 30 a 34 anos, com 32 vítimas, seguida por jovens de 20 a 24 anos (30) e 25 a 29 anos (28). Juntas, essas três faixas representam quase metade de todas as mortes. Também chamam atenção os registros entre adolescentes de 15 a 19 anos, com 17 vítimas.
Em relação à cor/etnia, a violência atinge majoritariamente pessoas negras. Vítimas pardas somam 142 casos (80,23%), enquanto pretas e brancas, juntas, totalizam 27 mortes — sendo 12 pretas e 15 brancas. Os demais registros envolvem casos sem informação ou não detalhados.
Armas de fogo e facções dominam o cenário
O instrumento mais utilizado nos crimes foi a arma de fogo, responsável por 100 mortes (56,5%), seguida por armas brancas (30) e outros meios (47). A maioria das ocorrências aconteceu à noite (36,16%), período que concentra o maior número de assassinatos.
Quanto à motivação, os dados revelam que conflitos entre facções e o tráfico de drogas estão por trás de quase 40% das mortes (39,55%). Em seguida aparecem crimes ainda em apuração (23,16%) e homicídios motivados por razões fúteis, torpes ou associadas ao consumo de álcool (17,51%). Casos de feminicídio representam 7,34% do total.








