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Acre registra mais de 950 casos de HIV em três anos, com maioria entre homens

Acre registra mais de 950 casos de HIV em três anos, com maioria entre homens

As atividades buscam conscientizar sobre a prevenção, a assistência e os direitos das pessoas afetadas pelo HIV. Foto: Izabelle Farias/Sesacre

O Acre acumula mais de 950 casos de HIV registrados nos últimos três anos, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), divulgados ao portal A GAZETA nesta segunda-feira, 1º, Dia Internacional da Luta contra a AIDS, pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O indicador reforça que a infecção continua como um desafio de saúde pública no estado, com impacto persistente sobre a população mais jovem e do sexo masculino.

Conforme os dados, foram notificadas aproximadamente 317 infecções em 2023, 354 em 2024 e 283 até novembro de 2025. Embora o dado deste ano aponte redução em relação ao ano anterior, o volume acumulado revela que a epidemia segue ativa e exige atenção constante do poder público e da sociedade.

O perfil epidemiológico pouco mudou nesse período: mais de 70% dos novos casos são em homens. Foram 228 diagnósticos masculinos em 2023 (72%), 248 em 2024 (70%) e 201 em 2025 (71%). Jovens adultos entre 20 e 39 anos concentram as maiores taxas de transmissão, mantendo o padrão nacional de vulnerabilidade.

Segundo o chefe do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Jozadaque da Silva, a redução nos casos se deve a múltiplas explicações. “O recuo se dá pelas políticas de prevenção combinadas à ampliação da testagem rápida, oferta crescente da PrEP, além do fortalecimento das redes de atenção destinadas a populações-chave. O estado também investiu na descentralização do diagnóstico e no acompanhamento das pessoas vivendo com HIV”, explicou.

Ainda segundo o chefe, o problema maior atual enfrentado pelos portadores do HIV é a falta de acolhimento. “É a discriminação. Com isso, a pessoa que convive com a infecção acaba se afastando do tratamento, a carga viral – que antes era indetectável – passa a se tornar detectável e a transmissão recomeça. Por isso, é importante o acolhimento”, enfatizou.

 

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