O Acre acumula mais de 950 casos de HIV registrados nos últimos três anos, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), divulgados ao portal A GAZETA nesta segunda-feira, 1º, Dia Internacional da Luta contra a AIDS, pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O indicador reforça que a infecção continua como um desafio de saúde pública no estado, com impacto persistente sobre a população mais jovem e do sexo masculino.
Conforme os dados, foram notificadas aproximadamente 317 infecções em 2023, 354 em 2024 e 283 até novembro de 2025. Embora o dado deste ano aponte redução em relação ao ano anterior, o volume acumulado revela que a epidemia segue ativa e exige atenção constante do poder público e da sociedade.
O perfil epidemiológico pouco mudou nesse período: mais de 70% dos novos casos são em homens. Foram 228 diagnósticos masculinos em 2023 (72%), 248 em 2024 (70%) e 201 em 2025 (71%). Jovens adultos entre 20 e 39 anos concentram as maiores taxas de transmissão, mantendo o padrão nacional de vulnerabilidade.
Segundo o chefe do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Jozadaque da Silva, a redução nos casos se deve a múltiplas explicações. “O recuo se dá pelas políticas de prevenção combinadas à ampliação da testagem rápida, oferta crescente da PrEP, além do fortalecimento das redes de atenção destinadas a populações-chave. O estado também investiu na descentralização do diagnóstico e no acompanhamento das pessoas vivendo com HIV”, explicou.
Ainda segundo o chefe, o problema maior atual enfrentado pelos portadores do HIV é a falta de acolhimento. “É a discriminação. Com isso, a pessoa que convive com a infecção acaba se afastando do tratamento, a carga viral – que antes era indetectável – passa a se tornar detectável e a transmissão recomeça. Por isso, é importante o acolhimento”, enfatizou.