A cheia do Rio Acre pode por em risco o calendário escolar da rede municipal de ensino de Rio Branco. Com escolas sendo utilizadas como abrigos, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) admite que o ano letivo pode sofrer novos impactos, embora afirme que trabalha para reduzir prejuízos aos estudantes. As informações foram divulgadas ainda na manhã desta segunda-feira, 29, durante coletiva de imprensa promovida pela Prefeitura de Rio Branco para assinatura do decreto que reconhece situação de emergência à capital acreana por conta dos alagamentos.
Ainda nesta segunda-feira, 29, 135 famílias já estavam em abrigos municipais, totalizando 364 pessoas afetadas pela cheia. Na medição das 9 horas, o Rio Acre alcançou 15,36 metros; já às 12 horas, o manancial marcou 15,37 metros.
Segundo o vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, a capital acreana enfrenta um histórico de interrupções no calendário escolar em razão de enchentes e períodos de seca. “A gente já vem, há praticamente seis anos de forma sequencial, enfrentando esses desastres, seja pela cheia ou pela seca. Isso acaba fazendo com que o ano letivo comece e termine fora do tempo em relação ao Estado”, afirmou.
De acordo com Bestene, apesar das dificuldades, houve avanços na redução desses atrasos nos últimos anos. “Este ano a gente conseguiu reduzir bastante. Já temos escolas municipais que finalizaram o ano letivo”, destacou. A previsão da Secretaria de Educação era encerrar todas as atividades entre 15 e 30 de janeiro, mas a situação atípica registrada em 2025 pode alterar esse planejamento.

O secretário lembrou que eventos extremos como o atual não eram registrados há décadas. “Durante quase 50 anos não se viveu algo assim, com exceção de 1975. Isso acabou atrapalhando esse período agora”, disse. Ainda assim, ele garantiu que a pasta já trabalha em um plano para recuperar o tempo perdido.
Atualmente, três escolas municipais estão sendo utilizadas como abrigos para famílias atingidas pela enchente, o que impacta diretamente a rotina escolar. Segundo Bestene, duas dessas unidades – a Maria Lúcia Moura Marin, na região da Cadeia Velha, e a Álvaro Vieira da Rocha, no bairro Conquista – já estavam próximas de encerrar o ano letivo.
“No caso da Anice Dib Jatene, o ano letivo já foi encerrado, então não há prejuízo nenhum. Nas outras, estamos mobilizando as equipes para que os alunos não tenham perdas”, explicou.

O secretário também reforçou reforçou que a prioridade da gestão, neste momento, é o atendimento às famílias afetadas, sem perder de vista a educação. “A orientação do prefeito Tião Bocalom é clara: olhar primeiro para as pessoas, especialmente para quem mais precisa. A educação continua sendo prioridade, mas vidas vêm em primeiro lugar”, afirmou.