Ao menos oito casas foram atingidas por desmoronamentos na região conhecida como Papoco, no bairro Preventório, em Rio Branco. A situação foi destacada neste domingo, 28, em vídeo divulgado nas redes sociais pelo prefeito Tião Bocalom, que classificou o cenário como grave e defendeu a retirada imediata das famílias que vivem na área, considerada de alto risco.
No vídeo, o prefeito relata que estruturas das residências já cederam, como banheiros e parte das construções, e afirma que a permanência das famílias no local representa risco iminente de morte. Segundo ele, a Prefeitura vinha avançando no processo de remoção preventiva, mas o andamento das ações encontrou entraves institucionais.
“Só tem uma saída, é retirar as famílias da área de risco. Vamos esperar alguém morrer aqui dentro primeiro?”, questionou o gestor ao mostrar os danos causados pelos desmoronamentos.
Alternativas oferecidas às famílias
Bocalom afirmou que a Prefeitura disponibiliza aluguel social como medida imediata e, posteriormente, o encaminhamento das famílias para moradias definitivas por meio de programas habitacionais em execução. Entre eles, citou iniciativas como o Minha Casa Minha Vida e o 1001 Dignidades, além da construção de casas e apartamentos em diferentes pontos da capital.
De acordo com o prefeito, o cronograma municipal prevê a entrega de mais de duas mil unidades habitacionais, enquanto o Governo do Estado também executa projetos que somam mais de mil moradias. A prioridade, segundo ele, é atender famílias que vivem em áreas classificadas como de risco.
O gestor ressaltou ainda que parte das casas já está pronta para montagem, mas depende da conclusão de etapas de infraestrutura, como asfalto, esgoto e energia elétrica, seguindo os trâmites legais da administração pública.
Apelo por apoio institucional
O prefeito fez um apelo ao Ministério Público e à Defensoria Pública para que haja apoio às ações de remoção das famílias. Ele defendeu diálogo entre as instituições para viabilizar medidas mais rápidas diante da gravidade do cenário.
“O nosso objetivo é salvar vidas, cuidar das pessoas e das famílias. Temos alternativas e precisamos do apoio das demais instituições para avançar”, afirmou.
Enchente na capital
A situação no Preventório ocorre em meio ao agravamento da enchente do Rio Acre e ao transbordamento de igarapés em Rio Branco. Conforme dados divulgados pela Prefeitura neste domingo, 20 bairros da capital já foram diretamente impactados, com mais de duas mil famílias atingidas.
O Rio Acre transbordou por volta das 9h de sábado, 27, e, na medição das 12h deste domingo, atingiu 15,04 metros. Além da cheia do rio, uma forte enxurrada registrada anteriormente ampliou os danos, especialmente em áreas próximas a igarapés.
Até o momento, 39 famílias, com cerca de 122 pessoas, foram removidas para casas de parentes, enquanto 35 famílias, totalizando 115 pessoas, estão acolhidas em abrigos públicos organizados pela Prefeitura. Atualmente, quatro escolas municipais funcionam como abrigos, sendo que três já atingiram a capacidade máxima.
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