O Acre registrou um aumento expressivo nos casos de feminicídio em 2025, com 13 vítimas entre janeiro e novembro, quase o dobro do total contabilizado no mesmo período de 2024, quando foram registrados sete casos. Os dados, extraídos dos painéis de acompanhamento de Mortes Violentas Intencionais (MVI) do Ministério Público do Acre (MPAC), revelam, além do crescimento dos números, uma mudança no perfil territorial da violência, que deixa de ser concentrada na capital e passa a se espalhar pelo interior e pelas regiões de fronteira.
Em 2024, os feminicídios estavam fortemente concentrados em poucas áreas. A 5ª Regional (Tarauacá-Envira) respondeu por 42,86% dos casos, enquanto a 1ª Regional (Capital + Bujari) concentrou 28,57%. A capital sozinha registrou 57,14% das ocorrências.
Já em 2025, o mapa da violência se fragmenta. Nenhuma regional concentra a maioria dos casos. A 1ª Regional (Capital + Bujari), a 4ª Regional (Juruá) e a 5ª Regional (Tarauacá-Envira) aparecem empatadas, com três vítimas cada, representando 23,08% do total. Outras regiões, como a 2ª Regional (Capital) e a 7ª Regional (Baixo Acre), também passam a figurar nas estatísticas, sinalizando uma interiorização e pulverização dos feminicídios no estado.
Além disso, neste ano, apenas três casos ocorreram em Rio Branco, enquanto 10 foram registrados no interior, distribuídos entre cidades como Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Bujari, Capixaba, Feijó, Mâncio Lima, Porto Acre e Senador Guiomard. O dado contrasta com 2024, quando a capital concentrou a maioria absoluta das mortes.
Outro ponto de atenção é o avanço da violência em áreas de fronteira. Em 2025, mais da metade dos feminicídios (53,85%) ocorreu em municípios localizados na linha de fronteira, enquanto 46,15% foram registrados na faixa de fronteira.








