A maior parte das vítimas de violência letal no Acre segue um perfil recorrente: homens, pardos e jovens. A constatação é de um levantamento do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do Ministério Público do Acre (MPAC), que também indica maior incidência dos crimes à noite e nos fins de semana.
Do total analisado, 157 vítimas eram homens, o equivalente a 88,7%, enquanto 20 eram mulheres (11,3%). A violência atinge principalmente a população jovem: 32 vítimas tinham entre 30 e 34 anos, 30 entre 20 e 24 anos e 28 entre 25 e 29 anos. Somadas, essas três faixas etárias concentram 90 mortes, o que representa 50,8% de todos os casos. Outros grupos também apresentam números relevantes, como pessoas de 35 a 39 anos (22 vítimas), 15 a 19 anos (17) e 40 a 44 anos (16).
Quanto à cor ou etnia, 142 vítimas eram pardas, correspondendo a 80,23% do total. Pessoas pretas somaram 12 vítimas (6,78%), enquanto em 15 casos (8,47%) essa informação não foi registrada.
A análise do horário dos crimes reforça a concentração da violência fora do horário comercial. 64 mortes ocorreram à noite, o equivalente a 36,16%. À tarde e na madrugada foram registrados 42 homicídios em cada período (23,73% cada), enquanto a manhã concentrou 29 vítimas (16,38%).
Em relação aos dias da semana, o sábado lidera com 19,77% das ocorrências, seguido pela segunda-feira (15,82%) e pelo domingo (15,25%). A quinta-feira responde por 14,69%, enquanto terça e quarta-feira registram 11,86% cada. A sexta-feira concentra 10,73% dos homicídios.
O meio mais utilizado nos crimes foi a arma de fogo, presente em 100 mortes (56,5%). Armas brancas foram usadas em 47 casos (26,55%), e outros instrumentos em 30 ocorrências (16,95%).
Sobre a motivação, 39,55% das mortes estão relacionadas a conflitos entre facções ou ao tráfico de drogas. Outros 23,16% ainda seguem em apuração. Crimes classificados como motivo fútil, torpe ou associados à ingestão de álcool representam 17,51%, enquanto feminicídios somam 7,34%. Casos de intervenção policial correspondem a 4,52%, crimes passionais a 3,39% e latrocínios a 2,82%.
No recorte geográfico, Rio Branco concentra 86 vítimas, o equivalente a 48,59% do total estadual. Em seguida aparecem Cruzeiro do Sul (22 mortes), Epitaciolândia (9), Feijó (7) e Assis Brasil, Brasiléia e Tarauacá, com 6 vítimas cada. No total, 91 homicídios ocorreram na capital e 86 no interior.








