A cena de um peixe-elétrico, conhecido popularmente como poraquê, acendendo uma lâmpada pode parecer inusitada, mas é cientificamente possível. Em entrevista ao portal A GAZETA, a bióloga de Rio Branco Joseline Guimarães detalhou como funciona a capacidade elétrica natural desse animal comum em rios e áreas alagadas da Amazônia.
De acordo com a bióloga, o poraquê pertence à família Gymnotiformes, especialmente ao gênero Electrophorus, e possui células musculares especializadas chamadas eletrócitos, concentradas principalmente na cauda.
Essas células atuam de forma semelhante a pilhas ligadas em série. Quando o peixe é estimulado, estressado ou se sente ameaçado, os eletrócitos se ativam ao mesmo tempo, produzindo uma descarga elétrica pulsada, que pode atingir centenas de volts.
Descarga é rápida e não contínua
Joseline explica que o ponto principal é entender que o poraquê não gera energia de forma contínua.
“É importante destacar que a descarga do poraquê é rápida e intermitente, não contínua, o peixe não funciona como uma fonte estável de energia, como uma bateria ou tomada e o acendimento da lâmpada ocorre apenas no momento da descarga elétrica, geralmente por frações de segundo”, explicou a bióloga.
Segundo a bióloga, esse tipo de demonstração não é novidade no meio científico. Em aquários e centros de pesquisa ao redor do mundo, já foram realizados experimentos em que a descarga do peixe-elétrico foi utilizada para acender luzes decorativas, painéis de LED ou árvores de Natal, com o uso de sensores e eletrodos adequados e por tempo extremamente curto.
“Esse vídeo demonstra uma propriedade biológica real do poraquê, relacionada à sua adaptação para defesa e captura de presas, e não uma forma prática ou sustentável de geração de energia elétrica”, concluiu.
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