A Prefeitura de Rio Branco oficializou, nesta terça-feira, 30, a manutenção da situação de emergência provocada pela cheia do Rio Acre e decretou também situação de emergência em saúde pública. A medida foi assinada pelo prefeito Tião Bocalom diante do agravamento das inundações, que já atingem dezenas de bairros urbanos, áreas rurais e comunidades ribeirinhas da capital. O documento tem validade de um ano.
Ainda nesta segunda-feira, 29, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou o decreto. Em coletiva, ele disse que mais de 20 mil pessoas já foram afetadas pela cheia apenas na capital. Como medida preventiva para ampliar a capacidade de acolhimento, a Prefeitura iniciou a construção de 60 abrigos no Parque de Exposições Wildy Viana.

Com o novo decreto, o município amplia a capacidade de resposta, especialmente na área da saúde. Estão autorizadas contratações emergenciais, ampliação do horário de funcionamento das unidades de saúde, criação de plantões extraordinários, compra direta de insumos e equipamentos e reforço das equipes para atender possíveis surtos e agravos causados pela enchente.
O documento também permite a dispensa de licitação para ações urgentes de socorro, assistência, obras emergenciais e recuperação das áreas afetadas, além de autorizar a convocação de voluntários e campanhas de arrecadação para apoio às famílias atingidas.
Outro ponto do decreto é a autorização para que equipes da Defesa Civil entrem em residências a qualquer hora, sem consentimento dos moradores, em casos de risco iminente, para resgate ou evacuação. O uso temporário de propriedades particulares também está previsto, com indenização posterior se houver danos.

O Rio Acre ultrapassou a cota de transbordamento, de 14 metros, no último dia 27 e, na manhã desta terça-feira, 30, às 9 horas, marcava 15,35 metros, mais de 1,3 metro acima do nível considerado crítico. O avanço rápido das águas tem sido impulsionado por chuvas intensas e acima da média em toda a bacia do Alto Acre, incluindo municípios como Assis Brasil, Brasiléia e Xapuri, além da região de fronteira com o Peru.
A prefeitura aponta que pelo menos 400 ocorrências já foram registradas pelos órgãos de emergência e 140 famílias estavam acolhidas em abrigos públicos até a manhã do dia 29. Muitas outras permanecem desalojadas ou em risco iminente, principalmente em áreas historicamente vulneráveis a enchentes.
A situação de emergência abrange dezenas de bairros urbanos, como Taquari, Seis de Agosto, Ayrton Sena, Cadeia Velha, Base, Quinze e Cidade Nova, além de comunidades rurais e ribeirinhas, incluindo Água Preta, Panorama Ribeirinho, Vista Alegre e Projeto Oriente.






