A renda domiciliar per capita do Acre segue entre as mais baixas do país. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, divulgada nesta quarta-feira, 3, os acreanos vivem, em média, com R$ 1.250 por mês, valor muito inferior à média nacional, de R$ 2.017.
A diferença aumenta quando entram no cálculo cor e raça. Pessoas brancas no estado recebem R$ 1.764, enquanto pessoas pretas vivem com apenas R$ 966. A distância supera 80% e reforça desigualdades históricas na distribuição de renda.
Entre homens e mulheres, o Acre apresenta uma diferença menor do que a observada no Brasil. A renda masculina média é de R$ 1.263 e a feminina, de R$ 1.238. No cenário nacional, a diferença é mais marcada: R$ 2.077 contra R$ 1.960.
A disparidade racial, porém, volta a crescer quando a comparação é feita com a média do país. Pessoas brancas no Acre têm rendimento muito abaixo dos R$ 2.692 recebidos por brancos no Brasil. Pardos somam R$ 1.157 e pretos, R$ 966, valores distantes dos R$ 1.508 e R$ 1.140 registrados nacionalmente.
O recorte que combina sexo e cor da pele revela o contraste mais profundo:
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Homens brancos: R$ 1.878
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Homens pretos ou pardos: R$ 1.143
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Mulheres brancas: R$ 1.663
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Mulheres pretas ou pardas: R$ 1.134
Mesmo quando comparados aos grupos mais vulneráveis do país, os números acreanos seguem atrás. A mediana do rendimento de pessoas pretas no estado é de apenas R$ 658, menos da metade da mediana nacional para essa população (R$ 1.140).
Os indicadores mostram que, além de conviver com um dos menores rendimentos do Brasil, o estado enfrenta desigualdades persistentes que penalizam especialmente a população preta e parda, que forma a maioria dos acreanos.