Antes mesmo de terminar, dezembro de 2025 já acumulou mais que o dobro do volume de chuvas esperado para todo o mês em Rio Branco, com 548,8 milímetros, segundo informações divulgadas pelo coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, nesta segunda-feira, 29. O cenário, inclusive, levou a Prefeitura a decretar situação de emergência.
A expectativa de chuvas para o último mês do ano era de 268,4 milímetros, 51,09% a menos do acumulado. Segundo Falcão, os números ajudam a explicar o avanço das alagações, os deslizamentos de barrancos e os prejuízos estruturais registrados em vários pontos da capital.
“Não ocasionou apenas o desabrigamento de pessoas. A parte estrutural da cidade está abalada, com crateras sendo abertas, ruas rompidas e áreas que precisam de tempo para recuperação”, informou o coordenador.
Apesar de um decreto de emergência estar em vigor desde 14 de março, a gravidade do cenário levou à necessidade de uma nova medida administrativa. “Precisamos fazer uma nova decretação para manter a situação de emergência, porque houve um agravamento claro da situação”, explicou Falcão.
Evento raro
O órgão destaca que eventos dessa magnitude são raros na história da capital. “Uma situação como essa só aconteceu uma vez em todo o período de monitoramento da Defesa Civil, que já soma 55 anos, no dia 26 de dezembro de 1975”, relembrou o coordenador, acrescentando que, desde a madrugada de sexta-feira, 26, equipes da Prefeitura atuam de forma contínua na remoção de moradores, abertura de abrigos e encaminhamento das famílias para atendimento social.
“Estamos retirando pessoas, levando diretamente para os abrigos e entregando à assistência social, que faz o acolhimento sob a coordenação da Defesa Civil e com apoio de todas as secretarias”, informou o coordenador.
Em novembro, por exemplo, quando eram esperados 206,1 milímetros de chuva, o acumulado foi de apenas 71,2 milímetros, o que teria contribuído, segundo a Defesa Civil, para a concentração das precipitações agora em dezembro.






