
Um vídeo publicado nas redes sociais pelo secretário municipal de Produção e Sustentabilidade de Jordão, Eudes Mendes, chamou a atenção ao mostrar um peixe-elétrico, conhecido popularmente como poraquê, sendo capaz de acender uma lâmpada com sua descarga elétrica, após um período de fortes chuvas na zona rural do município.
Nas imagens, o secretário explica que o grande volume de chuva provocou alagamentos em áreas próximas às residências. Em um desses pontos, o peixe-elétrico apareceu nadando em uma área alagada e acabou parando em um trecho raso. Para demonstrar o risco representado pelo animal, Eudes aproximou uma lâmpada, que acendeu imediatamente.
O vídeo repercutiu nas redes sociais e conta com mais de 17 mil visualizações e centenas de comentários. Teve quem chamasse o secretário de corajoso, mas também alguns internautas não acreditaram que o animal fosse capaz de acender a lâmpada e levantaram a hipótese de que Eudes tenha usado algum fio por baixo para simular a situação.
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Peixe-elétrico da Amazônia
O poraquê, também conhecido como peixe-elétrico, é a maior espécie de peixe-elétrico da Amazônia e uma das mais comuns na região. Ele é capaz de produzir descargas que variam entre 600 e mais de 700 volts, sendo o único peixe que gera choques fortes utilizados tanto para caça quanto para defesa.
Grande parte dessa capacidade elétrica está concentrada na cauda, que representa cerca de 75% do corpo do animal. Nessa região ficam células especializadas chamadas eletrócitos, que funcionam de forma semelhante a uma bateria natural, permitindo a liberação de energia elétrica.
Além da caça e da defesa contra predadores, o poraquê utiliza a eletricidade para se orientar no ambiente e se comunicar com outros indivíduos da mesma espécie, já que possui visão limitada.
Risco à população
Especialistas alertam que não é recomendável tocar ou manusear o poraquê, especialmente dentro da água. O choque pode causar paralisia muscular, o que aumenta o risco de afogamento. Há registros, inclusive, de animais de grande porte que morreram após entrar em contato com grupos de poraquês em áreas rasas.
Esses peixes costumam se concentrar em ambientes alagados e rasos, principalmente durante períodos de reprodução ou quando o nível das águas muda de forma brusca, como ocorre após chuvas intensas.







