O principal suspeito de envolvimento no assassinato do ativista cultural, jornalista e servidor público Moisés Alencastro está oficialmente foragido. A Justiça decretou a prisão preventiva de Antônio de Souza Moraes, de 22 anos, após representação da Polícia Civil, e as buscas seguem tanto em Rio Branco quanto em possíveis rotas de fuga para o interior do estado.
A confirmação foi feita pelo delegado Alcino Júnior, responsável pela investigação, durante entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quarta-feira, 24, na Divisão Especializada em Investigação Criminal (Deic).
“Na noite de ontem representamos pela prisão preventiva e, nessa madrugada, a Vara de Plantão do Tribunal de Justiça, do Poder Judiciário, expediu o mandado de prisão do autor. Então, hoje, ele tem o status oficialmente de foragido”, afirmou.
Segundo o delegado, os trabalhos de busca não foram interrompidos, mesmo durante o período de fim de ano. “As buscas vão continuar, não obstante a gente estar aqui na véspera do Natal”, disse.
Buscas se estendem ao interior
Alcino Júnior explicou que delegacias do interior também foram acionadas para auxiliar na localização do suspeito, diante da possibilidade de deslocamento para outras regiões do Acre.
“Delegacias do interior e outros lugares estão atentos nessas buscas também, sobretudo Feijó, Tarauacá, região que ele poderia ter se deslocado. E a polícia trabalha nesse caminho, e aqui na capital, por óbvio”, afirmou.
Investigação
Segundo ele, a Polícia Civil foi oficialmente informada do desaparecimento de Moisés na noite de segunda-feira, 22, quando já havia a informação de que o veículo da vítima havia sido encontrado abandonado.
“A Polícia Civil foi notificada oficialmente na noite da segunda-feira sobre o desaparecimento da vítima Moisés Alencastro. Já tínhamos a notícia de que o veículo dele estaria abandonado aproximadamente no quilômetro 15 da estrada do Quixadá”, relatou.
Equipes se deslocaram até o local indicado para o recolhimento do carro e acionamento da perícia. Ainda naquela noite, os investigadores foram até o apartamento onde Moisés morava, no bairro Morada do Sol, em Rio Branco.
“Ali chegando, conseguimos constatar sua morte, inclusive com sinais de violência, e aquele local foi isolado”, disse o delegado.
Indícios que embasaram a prisão
O delegado detalhou que a investigação reuniu diversos indícios considerados relevantes para embasar o pedido de prisão preventiva contra o suspeito.
“Encontramos óculos, controle do veículo, controle do apartamento, documentos, inclusive da vítima. Acabamos tendo vários indícios de que, de fato, essa pessoa teria participado do crime”, afirmou.
Outro ponto citado foi o relato de que o suspeito teria chegado a um local com roupas sujas de sangue.
“Inclusive com relato de que teria chegado ao local com a roupa suja de sangue. Todo esse material foi apreendido. Essa roupa está sendo submetida a um comparativo de vestígio biológico para realmente sacramentar o sangue da vítima”, explicou.
Caso segue em apuração
Moisés Alencastro foi encontrado morto dentro do próprio apartamento, sem sinais de arrombamento. Segundo o delegado, esse elemento indica que a entrada no imóvel ocorreu de forma consensual, e a investigação ainda apura a dinâmica completa do crime.
“Pelas circunstâncias de não arrombamento no domicílio, ali no apartamento, não ter sinais de que houve violações, faz crer que as pessoas que estavam no apartamento entraram de forma consensual”, afirmou.
Denúncias
Informações que possam ajudar na localização do suspeito ou no esclarecimento do crime podem ser repassadas de forma anônima ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do canal Investigador Cidadão, coordenado pelo Gaeco, pelo WhatsApp (68) 99993-2414.
A Polícia Civil também divulgou um canal para denúncias, pelo WhatsApp (68) 99912-2964.