O deputado federal Zé Adriano, do Progressistas do Acre, foi citado pelo site Metrópoles como um dos quatro parlamentares que apoiam a tentativa do bolsonarista Coronel Meira (PL) de retomar a obrigatoriedade de autoescolas para quem deseja tirar a carteira de motorista.
No início de dezembro, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou, por unanimidade, uma resolução que põe fim a essa exigência, atendendo a uma proposta do governo Lula (PT).
Além de Adriano, teriam manifestado apoio ao projeto de decreto legislativo (PDL) contra a medida do órgão os deputados federais Delegado Caveira (PL-PA), Gilson Daniel (Podemos-ES) e Fausto Pinato (PP-SP), todos de direita.
A matéria já foi protocolada na Câmara e, nos próximos dias, pode receber novos apoiadores. De acordo com o Metrópoles, os defensores do PDL afirmam que o fim da exigência das autoescolas representa risco à formação dos futuros motoristas e ameaça um setor que emprega milhares de trabalhadores no país.
No entanto, a medida do Contran permite que instrutores autônomos ofereçam o treinamento, o que deve reduzir o impacto da possível perda desses empregos. Ou seja, diminui o monopólio das autoescolas e dá mais autonomia aos trabalhadores da área, dizem analistas.
A resolução do conselho manteve as provas teóricas e práticas, mas retirou a obrigatoriedade de carga horária mínima, o que deve aumentar o protagonismo dos instrutores no processo de ensino.

O PDL apresentado e apoiado pelo deputado Zé Adriano argumenta que a nova regulamentação “desestrutura o processo de formação” e pode gerar aumento nos acidentes de trânsito, além de criar prejuízos financeiros para empresas de formação de motoristas.
O parlamentar acreano é ligado ao setor empresarial e industrial. Ele chegou à Câmara no início de 2025, ocupando a vaga deixada pelo ex-deputado federal Gerlen Diniz (PP), eleito prefeito de Sena Madureira no ano passado.
O outro lado
A GAZETA procurou a assessoria do parlamentar para comentar sua participação na proposta e esclarecer sua posição sobre a decisão do Contran. Veja a íntegra da resposta:
“A radicalização opera na lógica do ‘tudo ou nada’, propostas passam a ser a ‘salvação ou a destruição,’ dependendo de quem apresenta. Quando o ser humano tenta organizar o mundo apenas a partir de suas certezas ideológicas e de sua narrativa heróica, tropeça. É muito injusto algumas propostas para consertar o Brasil, sobretudo para diminuir o custo Brasil fazendo isso de forma soldada.
Eu defendo a redução sim, porém, defendo também o empresariado que investiu nesse setor. O mais justo seria um período de transição, mas não tomarem uma decisão dessa forma sem considerar os milhares de empregos que nós temos aí que vão ficar no final do ano sem qualquer tipo de expectativa.
Zé Adriano – Deputado Federal”.