Em entrevista nesta quarta-feira, 23, para o programa ‘Globo News em Ponto’, do canal fechado de notícia Globo News, o governador do Estado, Gladson Cameli, falou sobre os desafios de sua gestão. A conversa foi conduzida pela apresentadora Aline Midlej e contou com a participação dos jornalistas Julia Duailibi e Otávio Guedes.
O primeiro desafio citado pelo governador foi à revolução da economia acreana. Cameli reafirmou a política econômica de desenvolvimento, com incentivo ao agronegócio e agricultura familiar.
“Vamos abrir o Estado para o desenvolvimento, mas um desenvolvimento sustentável, preservando o meio ambiente. Vamos acabar com a burocracia e deixar o pequeno, médio e grande produtor trabalharem”.
O governador argumentou que o incentivo ao agronegócio não vai interferir na preservação do meio ambiente. Para ele, é preciso aproveitar as áreas que já estão abertas.
“Precisamos respeitar o novo Código Florestal Brasileiro. Acabar de uma vez por todas com a burocracia e aproveitar o que já está aberto. Temos terras férteis, prontas para serem cultivadas e produzir soja, milho, feijão e arroz para aquecer a nossa economia. A salvação do Acre hoje, economicamente falando, é o agronegócio. Por isso, eu repito, temos que acabar com a burocracia e criar novas oportunidades para o desenvolvimento”.
Cameli comentou sobre a conclusão da ponte sobre o Rio Madeira, que vai ligar o Acre com os demais estados brasileiros por meio da BR-364, além dos investimentos que serão feitos na zona rural e na manutenção e conservação de ramais para o escoamento da produção.
Saúde Pública – Questionado sobre a permanência de médicos nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, o governador disse que é preciso valorizar os profissionais. O gestor afirmou que uma nova política está sendo implantada na área da Saúde para melhorar o atendimento na rede pública.
“Temos que dar condições de trabalho para os nossos médicos, que são verdadeiros guerreiros. Um dos grandes gargalos que o Acre enfrenta hoje é na Saúde, temos médicos qualificados, mas não temos equipamentos e condições que os médicos possam trabalhar”, disse.
Segurança – Durante a entrevista, o Acre foi apontado como um dos estados mais violentos do país, em termos proporcionais. Cameli, por sua vez, diz que vem pedindo apoio de todos os poderes, inclusive já solicitou ao Exército Brasileiro uma parceria com as forças estaduais de Segurança para combater a criminalidade.
“Fui pessoalmente conversar com os policiais militares e civis explicar que temos um grave problema que precisamos resolver e precisamos da união de todos. Já pedi apoio ao comando do Exército para fecharmos a nossa fronteira, termos um controle mais assíduo porque as nossas fronteiras estão abertas”.
Na oportunidade, o governador anunciou novos investimentos e melhorias para as polícias Militar e Civil.
“Estamos nos preparando para reequipar as nossas polícias com a compra de novos veículos, armamentos e dar mais condições para que o policial possa combater o crime organizado”.
Maioridade penal – Quando questionado sobre a redução da maioridade penal, Cameli lembra que é favorável à mudança desde o período em que era senador.
“Se o jovem pode escolher o presidente da República, o que para mim é uma grande responsabilidade, ele tem que pagar pelos seus crimes”, afirmou.
Criação da Polícia Nacional de Fronteira – A segurança nas fronteiras foi outro tema abordado. Para ele, a falta de fiscalização nestas áreas fomenta a atual crise da Segurança. Por isso, Cameli apoia a criação da Polícia Nacional de Fronteira.
“Não há mais tempo para esperar e o que precisamos é a presença imediata do Estado Maior, do Exército, juntamente com a presença das nossas polícias. A situação está complicadíssima e precisamos dar uma resposta imediata para nossa sociedade”.
Saneamento básico – Ainda durante a entrevista, o gestor foi perguntado sobre saneamento básico que, segundo ele, também é prioridade em sua gestão. Cameli explica que já solicitou um levantamento das obras e projetos inacabados nesta área.
“Havia um costume na política de não investir muito na área de saneamento porque [a obra] não aparecia para a população ver. Era um problema que a curto, médio e longo prazo iria aparecer. Um dos maiores gargalos que vamos enfrentar no nosso governo é a questão do saneamento que eu já determinei aos secretários de Infraestrutura e Saneamento rever todos os projetos que estão parados para darmos continuidade e fazermos novos projetos, porque quando se melhora o saneamento, os índices de saúde melhoram também”.