Mantém as janelas abertas e a porta fechada. Observa, aprecia, contempla, confere. Fica alerta com todos os teus sentidos e intuição.
Deixa que tuas emoções respirem, mas guarda reserva sobre elas. Protege-te, tem zelo por ti.
Aprende a compreender do que tu gostas, escuta teu coração quando ele bate mais depressa. Há músicas, lugares, histórias e pessoas que causam isso na gente.
Se alguém te desperta a atenção, antes de tudo testemunha. Sente. Respira. Expressa gratidão à vida porque o afeto floresce em ti. É riqueza tua – não do outro.
Então acompanha discretamente seu movimento. O que diz não é tão importante. Mas como anda, como age, como olha? O que quer?
“Aprende a compreender do que tu gostas, escuta teu coração quando ele bate mais depressa”
Só então decide. E, se for o caso, deixa que a sutileza de uma brisa lhe entregue aquele teu olhar mais terno.
Mas não te entretenhas com quem por aí distribui piscadelas, em busca de plateia. Deixa que produza o próprio alimento, ou que o busque em outras freguesias.
Tu, trabalha pelo teu sustento. Não peças nem aceites migalhas. Fortalece-te. Em todas as alegrias e tristezas, todas as descobertas que podes viver em tua casa interna. Deleita-te no mistério de ser mulher.
Canta, dança, ri, lê, escreve, pinta, cozinha, brinca, cuida, ama. Faz o que te faz bem, para sentires que viver vale a pena. Empenha-te tanto quanto necessário para entenderes que és valiosa. Apaixona-te por ti. Que o mundo te trata como tu te tratas.
A porta, sem pressa, abre para que entre apenas o respeito, o brio e o carinho.
Onides Bonaccorsi Queiroz