Nada a opor à atitude do governo em mostrar sempre o melhor que o Estado tem e faz, quando recebe visitas de fora, como esta de uma comitiva de americanos do Estado da Califórnia.
O que o governador Binho Marques e seus secretários apresentaram aos visitantes sobre o modelo e a política que vêm sendo desenvolvidas na área ambiental está correto. Contudo, não é tudo. Se há perspectivas ou intenções de se estabelecer um intercâmbio de idéias e, sobretudo, de projetos e ações, talvez, fosse o caso de apresentar também os problemas que o Estado enfrenta para traduzir essas boas intenções.
Por exemplo, não há como negar que o Estado ainda não dispõe de um sistema de pesquisa capaz de transformar a imensa riqueza que a floresta oferece com sua biodiversidade.
O que se tem e se vem fazendo neste setor é ainda muito incipiente, primário mesmo, insuficiente para gerar os postos de trabalho e renda que a população estaria precisando.
A experiência, o saber tradicional dos povos da floresta são importantes, devem ser valorizados. Contudo, não são suficientes para agregar valor de mercado ao que se produz. E aí, quem sabe, contar com a cooperação de quem tem recursos.
Há um Acre verde, bonito, correto. Mas, não se pode negar ou esconder um outro lado obscuro, pobre, vio-lento, que precisa ser superado.