Período de chuvas, muita água, acúmulo de lixo e regiões tropicais. Este é o cenário perfeito para a proliferação de um famoso inseto que há quase 40 anos é declarado um dos piores inimigos da Saúde Pública: o aedes egypti, popular mosquito da dengue, um vetor de zonas urbanas, hábitos diurnos e reprodução ágil em águas limpas. Contudo, para reverter esta situação a Secretaria de Saúde da Capital (Semsa) já ligou o seu sinal de alerta no sentido de evitar o aumento de criadouros e promover ações de combate e prevenção à doença, intensificando-as de acordo com a progressão do mosquito.
Para efetivar a sua atuação, a Semsa conta com a utilização do Plano de Controle para Dengue, um mecanismo adotado em todo o país para guiar as medidas que devem ser adotadas pelo Poder Público. Segundo Jeosafá Cesar, diretor de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, este plano é adaptado à realidade local, composto de 10 diretrizes, capazes de direcionar as ações de enfrentamento ao mosquito. No momento, duas delas estão sendo priorizadas: a prevenção e mobilização junto à sociedade e o combate direto ao vetor.
Para isso, são 87 agentes de endemias (ajudados por 400 de saúde) que fazem as ações de enfrentamento. Como alguns deles deixaram a função para seguir outros cargos de concursos públicos e a cota mínima de agentes para combater a dengue é de 120 na cidade, a prefeitura já realizou processo seletivo para a contratação de mais 100 agentes, que deverão estar atuando a partir deste próximo mês. De acordo com o último monitoramento feito pelo Ministério da Saúde e encaminhado para cada cidade, o Lira, a incidência de dengue em Rio Branco é de 30 casos notificados por semana.
“Neste momento é natural que haja um crescimento de criadouros e, por conta disso, precisamos redobrar os nossos esforços na medida em que este mosquito se desenvolve e se prolifera, a fim de impedir que isso ocorra. Já estamos mobilizando a população desde o começo de outubro, porque sem a participação dela essa luta contra novos surtos de dengue torna-se praticamente impossível. Além disso, a secretaria já colocou os agentes de endemias em campo para jogar os larvicidas nos criadouros e eliminá-los”, contou Jeosafá.
Ele também explicou que a Unidade de Baixo Volume (UBV), ou fumacê, ainda não está sendo utilizada na cidade pois é um recurso destinado aos mosquitos adultos, e não às larvas, que neste momento representam uma ameaça maior. Em relação aos outros 8 componentes do Plano, o diretor ressaltou que a secretaria já está ou aderindo ou em processo de adesão a eles. Com isso, o compromisso da prefeitura será completo.
Estes 8 tópicos são: Assistência médica ao paciente com dengue (garantida pelo atendimento nos módulos de saúde e nas áreas hospitalares); Integração com o atendimento básico (envolvimento dos agentes de saúde na prevenção); Ação de saneamento ambiental (parcerias com secretarias responsáveis pela limpeza pública e coleta de lixo); Capacitação de recursos humanos (no mês que vem a prefeitura capacitará todos os agentes ingressantes e já atuantes); Aplicação da Legislação (a prefeitura pretende legalizar um alvará coletivo para permitir a entrada dos agentes nas casas de quem se recusar sem a burocracia padrão); Sustentação Política (apoio de gestores com o Plano); Acompanhamento e avaliação (reformulações ao Plano) e, por último, a Vigilância Epidemiológica (acompanhamento dos casos notificados, descartados e confirmados, de acordo com cada regional).